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Política nacional

Bolsonaro presta depoimento de cerca de duas horas à Polícia Federal; saiba detalhes

O ex-presidente falou com a PF na manhã desta quarta-feira (26)

O político afirmou que teria compartilhado sem querer um vídeo que questionava o sistema eleitoral das urnas eletrônicas, utilizado na eleição presidencial de 2022. - Imagem: reprodução/Twitter
O político afirmou que teria compartilhado sem querer um vídeo que questionava o sistema eleitoral das urnas eletrônicas, utilizado na eleição presidencial de 2022. - Imagem: reprodução/Twitter

Thais Bueno Publicado em 26/04/2023, às 15h16


Na manhã desta quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro prestou um depoimento de quase duas horas na sede da Polícia Federal, que fica em Brasília, no Distrito Federal (DF). Ele chegou pouco antes do horário das 8h50, juntamente com sua defesa, e saiu por volta das 11h20.

De acordo com informações apuradas pela TV Globo, repassadas pelo G1, o político afirmou que teria compartilhado sem querer um vídeo que questionava o sistema eleitoral das urnas eletrônicas, utilizado na eleição presidencial de 2022. 

O depoimento é parte integrante do inquérito que foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar mais detalhes sobre os ataques antidemocráticos que aconteceram no 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e destruídas.

A Polícia Federal colheu o depoimento do ex-presidente depois de uma determinação de Alexandre de Moraes, ministro do STF. A solicitação havia sido feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) quando o ex-presidente ainda estava nos Estados Unidos.

Isso porque investigadores alegaram que uma publicação, realizada no dia 10 de janeiro por Bolsonaro, poderia ter ligação direta com os atos do dia 8 de janeiro. Na época, a postagem foi apagada rapidamente.

De acordo com o veículo já menciondo acima, o político apenas respondeu aos questionamentos sobre o vídeo, que acusava o sistema eleitoral de fraude, mas sem nenhuma prova concreta. A postagem foi vista como um suposto indício de que ele pode ter apoiado os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em depoimento para a PF, então, Bolsonaro afirmou que queria somente ter salvado o vídeo, mas acabou o compartilhando sem querer. Ele não respondeu perguntas sobre outros temas e ainda disse aos investigadores que, se desejarem marcar nova data para tratar de novos assuntos, estará lá.

Defesa de Bolsonaro dá mais detalhes

Depois da conclusão do depoimento, Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, ressaltou a temática discutida. Ele pontuou que Bolsonaro tinha acabado de receber alta, depois de ter sido internado para tratar uma obstrução intestinal. Por conta disso, estava sob os efeitos da morfina.

Sendo assim, ele confirmou a alegação feita pelo político à PF, de que ele publicou o vídeo de maneira "equivocada".

"Essa postagem foi feita de forma equivocada, tanto que, pouco tempo depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou essa postagem. Observo, inclusive, que essa postagem foi feita na sua rede social de menor importância", detalhou o advogado.

"Realmente aquilo ali foi um equívoco na hora de salvar um arquivo para posteriormente poder visualizá-lo e assisti-lo integralmente".

Paulo Cunha Bueno também declarou que Bolsonaro "em momento algum" questionou a veracidade das eleições de 2022. "O presidente, quando saiu de férias, ele tratou a eleição como página virada. Então, em momento algum você vai encontrar alguma declaração dele declinando que a eleição foi fraudada. Em momento algum isso foi falado".

Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro, também apareceu no depoimento do ex-presidente e deu entrevista coletiva para toda a imprensa após o fim do relato.

Quando perguntado sobre a possibilidade da postagem ter sido feita pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabio negou. Para quem não sabe, a pergunta foi feita pois o filho do ex-presidente era quem tinha  o costume de cuidar das redes sociais do pai.

"Não foi [o Carlos Bolsonaro]. O metadado do Meta [empresa que controla o Facebook] indicará isso", declarou.

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