Diário de São Paulo
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PRESIDENTE

Lula diz que presta contas ao povo ‘pobre trabalhador’, não a ‘ricaço’

Presidente Lula destacou que sua obrigação é com povo pobre e não com o mercado financeiro

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Reprodução / Ricardo Stuckert / PR / Agência Brasil
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Imagem: Reprodução / Ricardo Stuckert / PR / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 02/07/2024, às 08h48


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao mercado financeiro durante um discurso na noite desta segunda-feira (1º), em Salvador. Lula afirmou que sua responsabilidade é com o povo trabalhador do Brasil e não com os "ricaços" e banqueiros do país. O discurso ocorreu durante o anúncio de um investimento de R$3,9 bilhões no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Bahia.

Não tenho que prestar contas a nenhum ricaço deste país. Não tenho que prestar contas a nenhum banqueiro deste país. Tenho que prestar contas é ao povo pobre, trabalhador deste país", declarou o presidente. Ele ressaltou a importância de cuidar da população que mais precisa e destacou os investimentos realizados pelo governo.

Durante o evento, Lula mencionou, sem citar nomes, que está "há dois anos com o presidente do Banco Central do Bolsonaro" e sugeriu que, na próxima indicação para o cargo, escolherá alguém que entenda as necessidades reais do país, em vez de seguir as orientações do sistema financeiro.

As críticas de Lula ao mercado financeiro e ao Banco Central tiveram impacto imediato, com a cotação do dólar subindo para R$5,65, o maior valor desde janeiro de 2022. Apesar disso, o presidente continuou a defender sua posição, destacando que o Brasil tem enfrentado um retrocesso em conquistas sociais nos últimos anos, referindo-se aos governos anteriores de Bolsonaro e Michel Temer, embora sem citá-los diretamente.

Em sua fala, Lula também rebateu críticas do mercado sobre os gastos do governo em programas sociais. Ele defendeu iniciativas como o programa Pé-de-Meia, que oferece apoio financeiro a estudantes, argumentando que é melhor investir na educação dos jovens do que gastar com o sistema prisional. "Prefiro pagar para estudar do que gastar dinheiro para colocar na cadeia quando ele não aprender uma profissão", afirmou.

Lula destacou ainda os recentes indicadores econômicos positivos, afirmando que a economia está melhorando, com aumento dos salários, acordos acima da inflação e uma taxa de inflação controlada. Ele celebrou a criação de 2,2 milhões de empregos formais em apenas um ano e seis meses de governo, e criticou novamente o governo anterior pelo "retrocesso" que causou ao país.

"Um ano e seis meses recuperando a desgraça que os negacionistas fizeram neste país", concluiu Lula, em clara referência ao governo Bolsonaro.

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