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Suspeitas

PF apura envolvimento de Torres em blitze da PRF para barrar eleitores de Lula no Nordeste

A operação polêmica ocorreu no 2º turno da corrida presidencial

Ex-ministro da Justiça Anderson Torres - Imagem: reprodução/Facebook
Ex-ministro da Justiça Anderson Torres - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 03/04/2023, às 18h06


A Polícia Federal (PF) investiga a ligação entre uma viagem do ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Bahia nas vésperas do segundo turno das eleições presidenciais de 2022 e as blitze realizadas pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no dia do 2º turno.

O envolvimento do político foi apontado pela jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, e confirmadas pelo portal UOL.

Em 30 de outubro, no segundo turno das eleições, a PRF deflagrou uma operação de blitze em cidades do Nordeste, região considerada o reduto eleitoral do então candidato Lula (PT). A operação da corporação acabou atrapalhando a chegada de eleitores às zonas de votação.

Segundo investigadores, dias antes do dia da eleição, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres esteve na Bahia onde teria pedido à superintendência da PF que atuasse em conjunto com a PRF contra supostos crimes eleitorais, como a compra de votos, em 30 de outubro de 2022.

O objetivo seria interromper o fluxo de eleitores na região, onde Lula (PT) tinha mais votos que Jair Bolsonaro (PL). Os investigadores da Polícia Federal apuram se Torres atuou para favorecer Bolsonaro com uso de órgãos públicos.

Segundo a TV Globo, a sugestão do ex-ministro foi ignorada pela PF da Bahia. Ele também participou da reunião com o então diretor-geral da PF, Marcio Nunes. A ação resultou na queda do então diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, que se tornou réu acusado de improbidade administrativa.

No momento, Anderson Torres está preso desde os atos golpistas de 8 de janeiro acusado de omissão como secretário da Segurança Pública do DF. No imóvel dele, numa busca e apreensão da PF, investigadores localizaram uma minuta golpista. Torres descarta envolvimento com o documento, que chamou de "folclórico".

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