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Depoimento

Ex-ministro da Justiça, Torres afirma ao STF que "jamais questionou resultado das eleições"

Anderson Torres foi preso no último dia 14 de janeiro

Em depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF), o político afirmou que "jamais questionou o resultado das eleições" - Imagem: reprodução/Twitter @nelsonpaffi
Em depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF), o político afirmou que "jamais questionou o resultado das eleições" - Imagem: reprodução/Twitter @nelsonpaffi

Thais Bueno Publicado em 23/01/2023, às 18h46


Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, teve que prestar uma audiência de custódia depois de ser preso.

Em depoimento para o Supremo Tribunal Federal (STF), o político afirmou que "jamais questionou o resultado das eleições" e que não faz parte da "guerra ideológica" instalada no Brasil. 

Vale mencionar que Torres foi preso ainda na condição de secretário de segurança do DF por uma determinação de Alexandre de Moraes, atual ministro do STF. Isso por conta das manifestações bolsonaristas antidemocráticas que aconteceram em Brasília no dia 8 de janeiro.

De acordo com informações do G1, as declarações do ex-ministro da Justiça foram registradas em uma ata da audiência de custódia no último dia 14 de janeiro, após a prisão do político pela Polícia Federal (PF). 

"O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro ministério a entregar os relatórios da transição. Eu jamais questionei resultado de eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios", iniciou.

Além disso, também é importante lembrar que, quando as autoridades foram cumprir mandados de busca e apreensão na residência de Anderson Torres, a PF achou uma minuta de teor golpista, que procurava decretar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), possível prova de que Bolsonaro tentou mudar o resultado da eleição presidencial de 2022.

Reação à prisão

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal comentou que, quando recebeu a notícia de que seria preso, sentiu como se tivesse levado "um tiro de canhão no peito" e ressaltou que não tem nenhuma relação com as depredações.

"Isso foi um tiro de canhão no meu peito, no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso. Eu jamais daria condições de isso ocorrer, eu sou profissional, sou técnico e jamais faria isso".

Anderson Torres estava em viagem nos Estados Unidos quando as manifestações antidemocráticas aconteceram. 

Fernando de Souza Oliveira, o ex-número 2 da segurança do DF, a Polícia Militar do Distrito Federal errou na execução do plano.

"Do jeito que saí, o que deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu", afirmou Torres.

"Fora daqui, se a gente tiver oportunidade... vários ministros do Supremo Tribunal Federal são testemunhas de que eu fui na casa de vários deles para buscar o equilíbrio. Eu não estou mentindo, eu não sou maluco".

"Até 15 dias atrás, eu era ministro da Justiça, hoje estou preso. Foi um suplício chegar no Brasil sem problemas, escondido, escondendo a cabeça, foi um negócio horroroso, que nem em pesadelo", declarou. 

Guerra ideológica

O ex-ministro também aprovou a redução do número de homicídios e o aumento da apreensão de drogas que ocorreu durante sua pasta da Justiça no governo Bolsonaro. Torres salientou que acredita ter um perfil técnico e equilibrado.

"Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo".

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