por Fabiana Sarmento de Sena Angerami
Publicado em 24/04/2024, às 02h00
No domingo (14), o policial militar Luca Angerami, com apenas dois anos de polícia, foi sequestrado por integrantes de uma facção criminosa que controla o tráfico de drogas na Baixada Santista.
A partir de então centenas de policiais civis e militares desceram a serra em busca do soldado, vivo ou morto.
O Guarujá conta atualmente com mais de sessenta comunidades (favelas) que se espalham pelos morros, matas nativas, mangues e palafitas.
Durante as incursões, neste ambiente hostil, visando a localização do soldado desaparecido, onde a lei do silêncio impera, nossos valorosos e incansáveis policiais foram recebidos à tiros, encontraram toneladas de drogas, armas, além de diversas ossadas e corpos enterrados em covas rasas sob o julgamento e mando do "Tribunal do Crime", que age sempre de forma ágil, célere e implacável, sem nenhum compromisso com a tão vociferada ampla defesa, e, tampouco com a risível audiência de custódia.
Luca ainda não foi encontrado, talvez nunca o seja, porque com certeza seu corpo torturado repouse ábdito entre os meandros do nosso majestoso Litoral.
Quando as buscas cessarem logo seu nome será esquecido e o foco novamente será a exuberância de nossas praias e seus arredores.
Mas quantos Lucas mais terão que deixar seu rastro de sangue nos morros, nos mangues ou no asfalto para que esse discurso patético de descriminalização de drogas caia por terra e os legisladores e o judiciário compreendam de uma vez por todas que o tráfico de drogas, em todas as suas vertentes, é a mola propulsora e indelével do crime organizado no Brasil e no Mundo.
Quantos Lucas mais terão que deixar famílias dilaceradas para que legisladores, judiciário e alguns ditos doutrinadores e especialista sem especialização entendam que o tráfico de drogas não é um crime sem violência, mas ao contrário, constitui verdadeira sepse no organismo social que dia a dia vai enfraquecendo nossos jovens, nossa sociedade, nos órgãos de segurança e saúde pública, até causar a falência múltipla de um Estado.
Luca, que sua tragédia, assim como de tantos outros anônimos, não seja só mais uma!
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