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''Queremos liderar o processo que permitirá salvar o planeta'', diz Lula em seu discurso no G7

Neste sábado (20), o encontro aconteceu em Hiroshima, a convite do governo do Japão, com mais 7 países

O presidente Lula participou da Cúpula do G7. - Imagem: reprodução I Instagram @lulaoficial
O presidente Lula participou da Cúpula do G7. - Imagem: reprodução I Instagram @lulaoficial

Juliane Moreti Publicado em 20/05/2023, às 17h16


Neste sábado (20), o presidente Lula participou da Cúpula do G7, um encontro que aconteceu em Hiroshima (Japão) e reúne 7 países para discutir temas como segurança alimentar, mudanças climáticas, saúde e paz.

Em seu discurso, Lula comentou que o Brasil não participava desse debate entre países desde 2009, mas deixou claro que, nesse tempo, ''os desafios se acumularam e se agravaram''.

''O mundo hoje vive a sobreposição de múltiplas crises: pandemia da Covid-19, mudança no clima, tensões geopolíticas, uma guerra no coração da Europa, pressões sobre a segurança alimentar e energética e ameças à democracia'', disse. 

Com isso, o presidente citou 3 pontos importantes, entre os problemas 'gerais', que precisam estar alinhados para que os principais prejuízos possam ser enfrentados com eficácia.

''O sistema financeiro global tem que estar a serviço da produção, do trabalho e do emprego. Só teremos um crescimento sustentável de verdade direcionando esforços e recursos em prol da economia real'', afirmou.

''O endividamento externo de muitos países, que vitimou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é causa de desigualdade gritante e crescente, e requer do Fundo Monetário Internacional tratamento que considere as consequências sociais das políticas de ajuste'', citou o presidente. 

''Desemprego, probreza, fome, degradação ambiental, pandemias e todas as formas de desigualdade são problemas que demandam respostas socialmente responsáveis'', acrescentou, de acordo com informações do portal do governo

O presidente ainda alegou que ''não faz sentido'' a reunião entre os países emergentes, para tentar resolver as ''crises múltiplas'', sem que ''suas legítimas preocupações sejam atendidas e sem que estejam adequadamente representados nos principais órgãos de governança global''. 

''A solução não está na formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número de pequenos países'', disse Lula, reforçando que o tópico é ''importante nesse contexto de transição para uma ordem multipolar, que exigirá mudanças profundas nas instituições''. 

''Nossas decisões só terão legitimidade e eficácia se tomadas e implementadas democraticamente'', citou o presidente. 

Ainda no discurso, Lula falou sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, porque, para ele, sem ela e a inclusão de novos membros, ''a ONU não vai recuperar a eficácia, autoridade política e moral para lidar com conflitos e dilemas do século XXI''. 

Plano sustentável 

Ao falar sobre mudanças climáticas, Lula citou que os países podem estar próximos de um ''ponto irreversível'', acrescentando que ''mais de 3 bilhões de pessoas já são diretamente afetadas pela mudança do clima, especialmente países de renda média e baixa''.

Lula apresentou, então, três pontos desse problema, para ele, considerados ''políticos''. ''O primeiro diz respeito à valorização dos espaços mais legítimos e democráticos da governança global'', falou, acrescentando que cúpulas sobre clima, biodiversidade e desertificação não podem ser ''esvaziadas''. 

''O segundo desafio tem a ver com o desequilíbrio da agenda climática. Não há dúvidas que precisamos ampliar nossos esforços de mitigação, em especial os países que historicamente mais emitiram gases de efeito estufa, mas não podemos perder de vista a demanda crescente por adaptação, perdas e danos'', comentou. 

''Para quebrarmos esse ciclo vicioso, precisamos atacar o terceiro desafio político: liderança. Precisamos mobilizar todos os setores no esforço comum, porém diferenciado, de previnir a intensificação ainda mais grave na mudança do clima'', falou, sobre o terceiro problema. 

Ainda em seu discurso, Lula reforçou os pontos positivos e planos para o nosso país, com potencial em ''energia solar, eólica, biomassa, etanol, biodiesel e hidrogênio verde'', alegando que, assim, ''o Brasil, até o final do mandato (do presidente), será um exportador de sustentabilidade''. 

''Temos consciência de que a Amazônia protegida é parte da solução (...) seguiremos abertos à cooperação internacional para a preservação dos nossos biomas, seja em forma de investimento ou colaboração em pesquisa científica'', disse, sem deixar de citar a Cúpula de países amazônicos e a sede da COP30. 

''O Brasil será implacável em seu combate aos crimes ambientais. Queremos liderar o processo que permitirá salvar o planeta. Vamos cumprir nossos compromissos de zerar o desmatamento até 2030 e alcançar metas volutariamente assumidas no Acordo de Paris'', afirmou. 

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