Nove instrumentos musicais, como pandeiro e tamborim, foram oficialmente reconhecidos como manifestações culturais
William Oliveira Publicado em 01/10/2024, às 14h06
Nove instrumentos musicais emblemáticos do samba, incluindo pandeiro, tam-tam, cuíca e tamborim, foram oficialmente reconhecidos como manifestações culturais de grande relevância no Brasil. A lei que confere esse status foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (30).
Além disso, a legislação também contempla os modos tradicionais de fabricação desses instrumentos, destacando a importância cultural dos processos artesanais envolvidos. A lista completa dos nove instrumentos considerados inclui ainda surdo, rebolo, frigideira, timba e repique de mão.
Segundo o texto da lei, para serem denominados como manifestações culturais nacionais, os instrumentos devem ser fabricados de acordo com as práticas e tradições culturais estabelecidas. Os detalhes específicos sobre os métodos de produção serão regulamentados por decreto.
A percussionista paulista Jackie Cunha, de 32 anos, domina a execução desses instrumentos, exceto a cuíca. Ela relata que seu interesse pela percussão começou na infância, incentivada pela mãe em rodas de samba na cidade de São Paulo. Aos sete anos, já tocava pandeiro.
Para Jackie, o reconhecimento formal dos instrumentos do samba é motivo de comemoração, ainda que tardio. "A importância é gigantesca. Você encontra surdo, caixa, tamborim e pandeiro em diversos ritmos, além do samba, por trazerem essa sonoridade, essa riqueza de detalhes, essa riqueza sonora", afirma.
O percussionista Glauber Marques representa a terceira geração de cuiqueiros em sua família. Ele aprendeu a tocar o instrumento com seu avô em uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo: a Nenê de Vila Matilde.
"A alma do samba é o instrumento, o coração da batucada, a manifestação está no batuque, no som. Sem instrumento, não tem samba. A cuíca, como dizia meu avô, é o instrumento mais malandro; ela chora e dá risada ao mesmo tempo", descreve.
Rafaela Oliveira, conhecida como Mestra Rafa, tem profundo conhecimento sobre os instrumentos de samba. À frente da bateria da escola de samba Imperatriz da Pauliceia desde 2015, ela foi pioneira ao se tornar a primeira mulher a comandar uma bateria em São Paulo. Sob sua liderança, estão 172 ritmistas.
Para Mestra Rafa, seja em rodas de samba ou nas baterias durante o carnaval, os instrumentos conferem corpo e alma ao ritmo característico do samba. "Esses instrumentos são fundamentais para a identidade do samba", conclui.
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