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Polêmica

PRF toma decisão surpreendente sobre inquérito de blitze que favoreceu Bolsonaro na eleição

A operação da polícia impediu muitas pessoas de votarem no 2º turno, em outubro

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 05/04/2023, às 12h32


A Corregedoria da PRF (Polícia Rodoviária Federal) anunciou nesta quarta-feira (5) a sua decisão de arquivar parte da investigação sobre as blitzes em vans e ônibus durante o segundo turno das eleições de 2022.

Na época, a operação da polícia bloqueou o fluxo de eleitores em estados da região Nordeste, considerada o reduto eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A ação dificultou a chegada de muitas pessoas às urnas, no qual muitas autoridades e especialistas apontaram que aquilo favoreceu Jair Bolsonaro (PL).

Apesar da decisão, o órgão manteve apurações em uma sede do Sul, uma do Norte e três do Nordeste.

Em 30 de outubro, a operação de blitze ocorreu mesmo tendo sido proibida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Por causa dos bloqueios, eleitores chegaram atrasados a seus locais de votação, principalmente no Norte e no Nordeste, regiões onde Lula é mais bem votado.

O diretor-geral da PRF na época, Silvinei Vasques, era apoiador de Bolsonaro e acabou demitido em dezembro. Ele é réu por improbidade administrativa.

Diante da situação, foi aberta uma investigação interna para apurar as razões da operação. A Corregedoria acatou o Relatório de Instrução Preliminar Sumária e determinou o arquivamento parcial do caso.

A instituição informou que não foi constatado "ato irregular" no planejamento e execução da operação. Mas, o relatório de Corregedoria recomenda a continuidade da investigação nas superintendências de cinco estados: Pará (SPRF-PA), Santa Catarina (SPRF-SC), Alagoas (SPRF-AL), Sergipe (SPRF-SE) e Maranhão (SPRF-MA)

A PF também investiga uma possível interferência do então ministro da Justiça, Anderson Torres, na execução dos bloqueios.

O ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro teria viajado à Bahia nos dias anteriores ao segundo turno para combinar como seria a operação. A Bahia é um dos estados onde os inquéritos foram arquivados.

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