Diário de São Paulo
Siga-nos
Abuso

Bolsonaro gastou fortuna com cartão corporativo em lanches durante eleição, diz investigação

Grande parte dos recursos foi usado em motociatas e viagens do ex-presidente

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 05/04/2023, às 10h39


Uma investigação revelou que os lanches e refeições pagos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para militares e policiais, durante a campanha de reeleição, custaram ao menos R$ 754 mil aos cofres públicos.

Segundo o portal UOL, as despesas foram levantadas pela agência 'Fiquem Sabendo' por meio da Lei de Acesso à Informação.

A equipe de coordenação de viagens do político comprou ao menos 21.447 kits-lanche para distribuir aos agentes locais de segurança convocados para dar "apoio à missão" durante visitas do então presidente-candidato a cidades.

Das 58 agendas do ex-presidente fora de Brasília entre 16 de agosto e 31 de outubro de 2022, 42 estão classificadas em documentos oficiais como "atividades eleitorais" e tiveram despesas de alimentação pagas com cartão corporativos.

Em notas fiscais e comprovantes de pagamento de 35 viagens obtidos pelos investigadores, uma delas, de 2 de outubro, coincide com o dia em que Bolsonaro foi ao Rio de Janeiro para votar no primeiro turno. No entanto, não houve agenda de campanha nessa data, mesmo assim, as notas fiscais registram a compra de 1.100 kits-lanche a um custo de R$ 39.600.

Nas eleições, Bolsonaro movimentou mais de mil agentes de segurança local em agendas eleitorais que duravam apenas algumas horas. Os servidores envolvidos nas operações afirmaram que as motociatas envolveram ainda mais agentes de segurança por deixarem Bolsonaro em situação mais vulnerável do que em um comício.

Na maioria dos casos, os kits-lanche incluíam: 2 sanduíches de presunto e queijo, 1 fruta, 1 barra de cereal e 1 refrigerante ou água

Para especialistas e autoridades, o fornecimento de kits-lanche a esses servidores (muitos deles militares, policiais e forças de segurança) é considerado um "agrado" ou "abuso de poder político e econômico" do então candidato.

Compartilhe  

últimas notícias