Declaração foi feita por Flávio Dino na última sexta-feira (03)
Thais Bueno Publicado em 04/03/2023, às 09h57
Na noite da última sexta-feira (03), o ministro da Justiça Flávio Dino declarou que irá solicitar, à Polícia Federal (PF), uma investigação sobre a tentativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) de trazer, de maneira ilegal, joias do exterior doadas a então primeira-dama Michelle, no valor de R$ 16,5 milhões.
A declaração foi feita pelo ministro no Twitter. Na postagem, ele também indicou que a situação pode configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outras possíveis infrações. Conforme explicado por ele, os fatos serão levados para a PF na próxima segunda-feira (06).
De acordo com informações do Estadão, que vieram a público na noite da última sexta-feira (03), as joias trazidas de modo ilegal teriam sido presentes do governo da Arábia Saudita para a então primeira-dama, que fez uma visita ao país árabe em outubro de 2021 junto com a comitiva do ex-presidente.
As joias eram: um anel, um colar, um relógio e brincos de diamantes. Os itens de luxo foram consficados na alfândega do Aeroporto de Guarulhos, localizado na cidade de São Paulo. As peças foram encontradas na mala de um assessor de Bento Albuquerque, antigo ministro de Minas e Energia.
Veja fotos:
Quando ficou sabendo do confisco das joias pela Receita Federal, Bento Albuquerque tentou usar os privilégios de seu cargo para recuperar os diamantes.
Segundo a reportagem do veículo já mencionado acima, o então ministro de Minas e Energia utilizou o argumento de que as joias seriam um presente do governo da Arábia Saudita para a então primeira dama Michelle Bolsonaro.
Vale mencionar que, no Brasil, é determinado por lei que todo bem com valor acima de US$ 1 mil seja declarado à Receita Federal. Como isso não aconteceu com os acessórios, o agente do órgão federal apreendeu as joias.
Conforme explicado pelo Estadão, o governo Bolsonaro já fez quatro tentativas de recuperar os artigos, tudo isso através de três ministros: Economia, Minas e Energia e Relações Exteriores.
Três dias antes de Jair Bolsonaro deixar o comando do país, foi feita a quarta movimentação para tentar a recuperação. O seguintr foi feito: um funcionário público usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir até Guarulhos.
O homem teria se identificado como "Jairo" (descoberto pela reportagem que era Jairo da Silva, sargento da Marinha). Ele tentou argumentar que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro, inclusive, também teria enviado um ofício ao gabinete da Receita Federal, com o objetivo de solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República.
Depois que a reportagem do Estadão foi publicada, Michelle Bolsonaro publicou, na última sexta-feira (03), uma mensagem ironizando a notícia através de um story em seu perfil oficial no Instagram.
"Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein?! Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória", declarou.
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