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Direitos Humanos

Damares nega responsabilidade com mortes de povos ianomâmi durante o governo Bolsonaro

Ministério da Saúde afirma que quase 22 mil indígenas enfrentaram desnutrição na gestão anterior

Damares Alves em evento no Palácio do Planalto, quando atuava como ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos - Imagem: reprodução/Facebook
Damares Alves em evento no Palácio do Planalto, quando atuava como ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 23/01/2023, às 12h05


Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, se manifestou no último domingo (22) a respeito do aumento de mortes entre o povo Ianomâmi e se defendeu das acusações de omissão em relação à saúde dos indígenas durante sua gestão.

O Ministério da Saúde informou na semana passada que houve aumento dos índices de mortalidade de indígenas na região da TI (Terra Indígena) Ianomâmi, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Minha luta pelos direitos e pela dignidade dos povos indígenas é o trabalho de uma vida", disse Damares.

A senadora aproveitou para listar uma série de iniciativas relacionadas ao tema, como a distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19 e a formulação de um plano de enfrentamento à violência infantil, informou o portal UOL.

Tragédia

O estado de Roraima conta com 5 dos 8 municípios pelos quais se estende a TI Ianomâmi. Nesta região, as mortes de indígenas registrados pela plataforma Datasus tiveram aumento expressivo, de 373 em 2016 e 371 em 2018 para 384 em 2019 e 526 em 2020.

Por outro lado, o problema persiste também em relação às mortes de fetos e crianças indígenas por causas evitáveis. Foram 237 casos do tipo entre 2015 e 2018, contra 392 nos últimos quatro anos. A variação aponta para um aumento de 65% das ocorrências.

Durante o governo de Bolsonaro, cresceu também a quantidade de pessoas com desnutrição na TI Ianomâmi. Segundo dados do Ministério da Saúde informam que 7.897 indígenas enfrentavam o problema em 2017 e 9.910 em 2018. Mas, em 2019, o número salta para 17.981 e alcança a marca de 21.874 no ano seguinte.

No último sábado (21), o Governo Federal informou que 570 crianças Ianomâmi morreram nos últimos quatro anos e que 11.530 casos de malária foram registrados na TI.

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