A expectativa é de que o julgamento sobre a reunião com embaixadores termine até maio
Nathalia Jesus Publicado em 13/04/2023, às 09h03
Na última quarta-feira (12), o Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu a suspensão dos direitos políticos de Jair Bolsonaro (PL) por 8 anos, o que na prática confirmaria a sua inelegibilidade. O parecer foi enviado ao TSE na noite do mesmo dia.
O documento assinado pelo vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, se refere ao julgamento a respeito da reunião do ex-presidente da República com embaixadores estrangeiros no Palácio do Alvorada em julho de 2022.
Na ocasião, Bolsonaro espalhou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e sugeriu algumas suspeitas sem comprovação científica sobre a higidez do processo eleitoral brasileiro.
De acordo com o Ministério Público Eleitoral, o ex-mandatário abusou de seu poder político.
Conforme a lei eleitoral, o abuso de poder político ocorre nas situações em que o acusado se vale de sua posição e se utiliza de bens públicos para agir de modo a influenciar o eleitor. A punição prevista é a inelegibilidade por oito anos, período no qual o político não pode disputar eleições, segundo O Globo.
Uma vez concluído o parecer, o processo está pronto para a elaboração do voto do corregedor-geral do TSE, ministro Benedito Gonçalves, relator do caso na Corte. A decisão do MPE é a última fase da ação da investigação da judicial eleitoral aberta pelo PDT.
A expectativa é que a decisão final do colegiado do TSE seja divulgada entre o final de abril e o início de maio. Na prática, se a maioria dos magistrados do TSE concordar com Gonet, Bolsonaro poderá ficar impedido de disputar eleições pelos próximos oito anos.
Além disso, a minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, também foi incluída no processo como prova.
O documento previa uma intervenção do presidente e de membros do Ministério da Defesa no TSE para anular o resultado da eleição presidencial.
Outros episódios de ataque ao sistema eleitoral foram incluídos no rol de provas da ação. O TSE também ouviu o ex-ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o almirante Flávio Augusto Viana Rocha, ex-secretário especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, para tentar entender como a estrutura do governo foi usada para organizar a reunião.
Ciro Nogueira negou ter participado da organização do evento.
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