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INVESTIGAÇÃO

Segundo investigação, Cid propôs valor alto para trazer pessoas para manifestação bolsonarista

O valor iria arcar custos de manifestantes que viriam do Rio

O valor iria arcar custos de manifestantes que viriam do Rio - Imagem: Reprodução/X @BlogdoNoblat
O valor iria arcar custos de manifestantes que viriam do Rio - Imagem: Reprodução/X @BlogdoNoblat

Ana Rodrigues Publicado em 09/02/2024, às 08h44


O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), propôs o valor de R$100 mil para um major do Exército para financiar a participação de manifestantes nos protestos de apoio ao ex-presidente durante o feriado de Proclamação da República, dia 15 de novembro de 2022, logo após a derrota na eleição para o presidente Lula (PT).

De acordo com a CNN, em uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que autorizou uma ação contra Bolsonaro e aliados nesta quinta-feira (8), há uma menção na troca de mensagens de 14 de novembro de 2022, obtida por investigadores, entre Mauro Cid e o major Rafael Martins de Oliveira.

O major do Exército Rafael Martins de Oliveira está entre os presos pela PolíciaFederal na manhã de quinta-feira (8). Ele é um dos alvos da operação que investiga suposta ação organizada para promover uma tentativa de golpe de Estado e manter o ex-presidente no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Martins argumentou que precisaria do dinheiro para arcar com os custos.

O ajudante de ordens solicita que o mesmo [Martins] faça estimativa de custos com Hotel, Alimentação e Material, e pergunta se a quantia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) é suficiente. Martins responde que sim e é orientado por Cid a trazer pessoas do Rio, provavelmente se referindo a cidade do Rio de Janeiro", diz trecho da investigação citado na decisão de Moraes.

O antigo ajudante de ordens o orientou a trazer pessoas do "Rio", onde não deixou claro se falava do estado ou da capital fluminense.

O major ainda participou de uma reunião em Brasília em 12 de novembro de 2022, junto a Mauro Cid e outros militares, que agora são investigados pela PF.

Segundo o documento assinado por Moraes, na ocasião, o encontro tinha o objetivo de tratar assuntos relacionados a "estratégia golpista" e aconteceu em um edifício residencial usado por militares que faziam parte do governo Bolsonaro.

E, ainda segundo Moraes, tanto as conversas com Mauro Cid quanto outras informações da investigação da PF revelam os indícios de que o major Rafael Martins atuou para "subverter o Estado Democrático de Direito", direcionando os manifestantes que atacaram as sedes dos Três Poderes para os prédios do STF e do Congresso Nacional, além de ajudar na coordenação financeira e operacional de 8 de janeiro.

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