A Polícia Federal (PF) considerou que, com as provas que levaram à operação desta quinta-feira (8), foi confirmada a participação de Jair Bolsonaro
Ana Rodrigues Publicado em 09/02/2024, às 07h59
A Polícia Federal (PF) considerou que, com as provas que levaram à operação desta quinta-feira (8), foi confirmada a participação de Jair Bolsonaro no comando da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, e a investigação está perto de ser encerrada.
Segundo o UOL, para os investigadores as provas que foram expostas na operação desta quinta-feira confirmam os depoimentos da delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e acabam colocando o ex-presidente no topo da cadeia de comando da trama golpista.
Após a finalização do inquérito, a Polícia Federal irá encaminhar os indiciamentos dos investigados para a Procuradoria-Geral da República (PGR). A PF irá indiciar todos os suspeitos sobre os quais, em seu juízo, haja provas suficientes de que tenham cometido algum crime.
A PGR avaliará a investigação e, se for o caso, encaminhar as denúncias ao ministro relator do caso no STF, Alexandre de Moraes. Caso ele receba as denúncias, os denunciados na acusação de tentativa de golpe se tornarão réus em uma ação penal.
Os crimes que estão sendo investigados são a tentativa de abolição do Estado democrático de direito e de golpe de Estado, com a pena máxima de oito e doze anos, respectivamente, além de associação criminosa, onde a pena é de até três anos.
Os réus do 8 de janeiro foram condenados pelo STF pelos crimes de tentativa de abolição do Estado democrático e de golpe de Estado, com as penas variadas entre 14 e 17 anos.
Os depoimentos e provas documentais obtidos pela PF situam o ex-presidente Jair Bolsonaro em diversas conversas em que se planejava um golpe, como os encontros com seu então assessor Filipe Martins, em 19 de novembro e 7 de dezembro, entre outras datas.
As provas consideradas mais fortes são as que apontam que Bolsonaro recebeu e propôs algumas alterações em uma minuta de decreto golpista, inclusive mantendo no texto uma determinação de que o ministro do STF Alexandre de Moraes fosse preso para viabilizar o golpe.
Os elementos fornecidos pelo acordo de colaboração demonstram que FILIPE MARTINS levou ao então Presidente JAIR BOLSONARO, no mês de novembro de 2022, um documento que detalhava diversos "considerandos" (fundamentos dos atos a serem implementados) quanto a supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades", informou o Relatório da Polícia Federal citado na decisão de Alexandre de Moraes.
Na reunião de 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro apresentou a minuta de decreto golpista aos comandantes das Forças Armadas e ao ministro da Defesa, em reunião convocada por ele próprio.
As provas que foram colhidas pela PF indicam que, antes da eleição Bolsonaro pressionou seus ministros a repetirem publicamente que o sistema eleitoral brasileiro estava fraudado para beneficiar Lula. Depois, o núcleo próximo do ex-presidente atuou para convencer as Forças Armadas a dar um golpe de Estado, segundo a PF.
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