por Reinaldo Polito
Publicado em 16/10/2022, às 10h58
Se perguntarmos a um petista raiz quem foi o melhor presidente, haverá chance de dez em dez que ele crave Lula, até sem refletir sobre o assunto.
Se, entretanto, a questão for formulada a um bolsonarista, com a mesma probabilidade, também sem reflexão, a resposta será idêntica, Bolsonaro.
Esse fenômeno ocorre por causa de nossa audição seletiva, já que temos tendência de ouvir apenas o que favorece o nosso candidato e não o adversário. Por mais evidentes que sejam os fatos, o eleitor de um ou de outro concorrente sempre encontrará argumentos que justifiquem sua escolha.
Se, por exemplo, alguém diz que determinado político roubou, e afirma que o delito foi robustamente comprovado, por não poder justificar esse crime, o eleitor recorre a desculpas insustentáveis de que “os políticos são todos iguais”. E se for novamente arguido para que dê provas do que está dizendo, provavelmente, afirmará que essa é “uma verdade conhecida por todos”.
Mesmo quando dados concretos são apresentados, os defensores de um lado e do outro encontrarão meios de refutar os números em contextos diversos. Para isso, recorrerão a períodos diferentes, que mostrem informações que lhes sejam favoráveis.
Vamos analisar alguns exemplos. São estatísticas distintas divulgadas por correligionários de ambos os partidos oponentes. Cada um mostrando os méritos do seu candidato.
Os partidários de Bolsonaro costumam publicar informações com o alerta de que elas são todas oficiais. Ainda que os levantamentos tenham as fontes citadas, alguns colocam em dúvida sua autenticidade:
O desemprego na administração do PT, no final de 2015 era de 9,6%. Com Bolsonaro, mesmo depois do enfrentamento de longo período de pandemia e de guerra, a taxa é de 8,9%. O nível mais baixo dos últimos sete anos.
O PT concluiu no programa “Minha casa minha vida” 1,1 milhão de unidades. Bolsonaro, com a “Casa verde amarela”, atingiu 1,4 milhão.
O governo petista, somando-se Lula e Dilma, em 13 anos, concedeu pouco mais de 200 mil títulos de terra. Um número expressivo, mas tido como insignificante quando comparado com a façanha de Bolsonaro, que chegou a mais de 400 mil titulações.
As pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza, que, segundo o Banco Mundial, são os indivíduos que percebem até 1,9 dólares por dia, no final da gestão Lula eram 17,4% da população. O atual chefe do Executivo conseguiu resultado bem melhor, 10,8%.
A segurança é outro dado que chama a atenção. Com Lula, em 2015, havia mais de 59 mil assassinatos anuais. Bolsonaro conseguiu redução excepcional. Hoje são 47,5 mil.
Os índices inflacionários são motivo de comemoração. Na época do PT a inflação era de 10,79%. Hoje, após a pandemia, o Brasil está em situação privilegiada quando comparado com Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. Estamos pouquinho acima de 4%.
O PIB também não poderia ser deixado de lado, já que as previsões dos analistas são revistas mês a mês para cima. O PT deixou o Brasil com PIB negativo, menos 3,5%. Nesta gestão está chegando a 4,7%.
Rapidamente, mais alguns comparativos: Estatais no PT davam prejuízo de 32 bilhões. Com Bolsonaro o lucro é de 187 bilhões. As contas públicas eram deficitárias em 111 bilhões, hoje o superávit é de 64,7 bilhões. O IBOVESPA estava com 43 mil pontos. Agora chegou a 116 mil. O risco Brasil era de 17,4. Nos dias atuais é de 10,8. Lula destruiu em seu primeiro mandato 72 km² de floresta. No governo Bolsonaro 32 km².
Os petistas não ficam atrás. Divulgam aos quatro cantos os números que lhes são favoráveis. Vamos verificar alguns deles:
Eles fazem a comparação entre os anos 2003 a 2005 com 2019 a 2022. PIB de Lula foi de 14,76%. Com Bolsonaro chegou a 1,69. Inflação com o PT 6,4%. Com o atual governo 6,26%. Desemprego na administração petista atingiu 8,4%. Agora dizem estar em 9,1%. Crescimento do IBOVESPA na gestão lulista foi de 294%. Com Bolsonaro cresceu só 32%. Dívida pública com Lula estava em 65%. Com o atual governo está em 80%.
Bem, há argumento de todos os lados. Será possível com um pouco de critério e atenção pesquisar nas mais diversas fontes disponíveis para saber quem está dizendo ou não a verdade. E se essa base de comparação utilizada é a mais adequada. Quem sabe assim você mantém o seu voto e tenta carregar mais pessoas para o seu candidato, ou muda de opinião. Siga pelo Instagram: @polito
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