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Educação em SP

"Vamos fazer uma revolução educacional no país", diz Lula em evento em São Paulo

O presidente veio participar da inauguração de um prédio na UFABCA, obra da nova estrutura teve um investimento de R$ 28,5 milhões

"Vamos fazer uma revolução educacional no país", diz Lula em evento de inauguração de prédio na UFABC - Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário
"Vamos fazer uma revolução educacional no país", diz Lula em evento de inauguração de prédio na UFABC - Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário

Vitória Tedeschi Publicado em 02/06/2023, às 14h49


Na manhã desta sexta-feira (02), o Diário de S.Paulo esteve no evento de inauguração de um novo prédio da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo do Campo (SP), que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A inauguração marca a retomada dos investimentos na educação superior no Brasil  e o reencontro de Lula com a UFABC, universidade da qual é o primeiro 'Doutor Honoris Causa' - título mais importante concedido pelas universidades.

O meu sonho é que a gente [UFABC] seja a melhor universidade de São Paulo, superando até a nossa querida USP, e que quando houver algum estudo internacional a gente esteja no 10º lugar entre as 100 melhores universidades do mundo", disse Lula.

O presidente, que tem carinho especial pela universidade, fez questão de citar a importância da educação para o país e explicou que não usa mais a palavra "gastos" quanto o assunto é o dinheiro destinado a essa área.

Não existe nenhuma experiência no mundo de um país que cresceu e se desenvolveu sem antes investir em educação. Então, se a educação é a base de tudo, eu tomei a decisão de, no meu governo, quando se fala em fazer uma escola, uma creche, a gente não pode mais usar a palavra gasto. A palavra tem que ser investimento", diz ele.

"A gente vai fazer uma revolução educacional nesse país porque cada real que a gente investe na educação eu tenho certeza que voltam milhares de reais para os cofres desse país para ajudar a gente a cuidar do nosso povo", continou o presidente sobre os planos futuros para o Brasil.

Vale citar que a obra do novo local, que beneficia quase cinco mil alunos, teve um investimento de 28,5 milhões de reais: 13,6 milhões foram repassados pelo Governo Federal à universidade, 3,1 milhões saíram do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Finep) e 11,8 milhões vieram de emendas parlamentares.

Dácio Matheus, reitor da universidade, que foi quem abriu o evento e iniciou os agradecimentos ao presidente, fez questão de sinalizar que valoriza muito o respeito que Lula tem pela educação e que enxerga isso tanto no ato de incentivar esses investimento, quanto no ato de visitar os reitores e as universidades já nos seus primeiros 100 dias de governo.

Apesar do sentimento de alegria por entregar um novo prédio no campus e do início do programa de retomada nos investimentos que vão impactar diretamente os alunos da UFABC, ele já havia comentado que essa não é a única iniciativa que o local precisa. Isso porque existem cerca de dez obras paralisadas.

"Estamos entregando mais esse prédio. Isso ainda não é o final da consolidação do campus. Temos ainda algumas outras obras a serem construídas aqui. E esperamos ver isso no plano de investimentos para o próximo período", disse Dácio Matheus, em entrevista coletiva na última quinta-feira (1º).

O reitor também afirmou que pretende aproveitar a visita do presidente para conversar sobre outras demandas da universidade como a construção de um centro poliesportivo ou uma área de convivência para os estudantes; a construção de um acesso do campus para a Rodovia Anchieta; a construção de um bloco cultural no campus de Santo André; e a construção de uma passarela ligando dois blocos no campus de Santo André, que daria acesso a um terminal multimodal.

Além do presidente e do reitor da UFABC, no evento também estavam Fernando Haddad (Ministro da Fazenda), Márcio França (Ministro de Portos e Aeroportos do Brasil), Helena Sampaio (secretária de Regulação do Ensino Superior do MEC), Orlando Morando (prefeito de São Bernardo do Campo), vários outros políticos e Laura Elias, que é ex aluna da UFABC e foi quem recebeu Lula em sua última visita à universidade, em 2009.

Laura conta que há 14 anos se graduou em Ciências e Tecnologia e em Engenharia Ambiental e Urbana, e em 2019 finalizou o mestrado em Gestão e Planejamento de Território, e que tudo isso foi graças ao governo Lula.

"Eu gostaria de agradecer ao presidente Lula por tudo. Tudo que foi estabelecido no seu governo para que eu, naquela época, pudesse me dedicar totalmente ao ensino", diz Laura que além da vaga na Universidade Feral, recebeu também bolsas de auxílio moradia e monitoria.

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Laura foi quem recebeu o presidente Lula, em 2009, quando ainda era estudante na UFABC / Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário

Além dos discursos e homenagens, os estudantes da universidade aproveitaram o momento para se manifestar e fazer alguns pedidos ao presidente e a todos os políticos que estam presentes.

Dentre eles estavam: "Mobilidade é um direito. Criação já sa linha Intercampi", Lula, negocie com o TAEs [servidor técnico-administrativo em educação], queremos nossa carreira no orçamento" e "Mais direitos aos estagiários". Confira abaixo alguns deles:

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Diversos cartazes com pedidos diferentes foram colados pelo auditório onde acontecia o evento / Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário

O Bloco Zeta

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O bloco que abriga esse laboratório tem 5,8 mil metros quadrados e conta também com 12 laboratórios de iniciação científica / Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário

Na última quinta-feira (1°), o Diário de S.Paulo também visitou a nova estrutura, inaugurada hoje por Lula, que abriga o Bloco Zeta e conta com 22 laboratórios de pesquisa científica e inovação tecnológica voltados à produção de conhecimento nas mais diversas áreas, entre elas Genética, Tecnologias Assistivas e Inclusão, Desenvolvimento Energético e Equipamentos Médicos.

No local, há um laboratório, por exemplo, destinado ao desenvolvimento de inovações em doenças cardíacas complexas que, segundo a própria universidade, tem foco nos programas e tratamentos do Sistema Único de Saúde (SUS).

"O que a gente faz é trabalhar com uma doença chamada fibrilação atrial. O problema mundial hoje é que os equipamentos que guiam os médicos para cauterizar as células dentro do coração para parar essa arritmia estão baseados em técnicas tradicionais, não levando à complexidade da fibrilação atrial. Em casos complexos, onde a pessoa já tem essa doença mais evoluída, eles [médicos] queimam, queimam, queimam e não conseguem interromper a arritmia", explica o professor João Salinet, coordenador do laboratório.

"Essa é uma doença crônica, que afeta entre 1% e 2% da população mundial e, para quem é mais velho, atinge até 20% da população mundial. O tratamento é caro", explicou o especialista. "Nosso objetivo aqui é desenvolver o primeiro sistema para o SUS e que poderá ser exportado para outros países, com custo que cabe em nossos bolsos", acrescentou ele.

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Todos os laboratórios do prédio contam com equipamentos de última geração / Imagem: Vitória Tedeschi - repórter do Diário

O evento desta sexta-feira foi transmitido ao vivo nas redes sociais. Confira abaixo:

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