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API comemora 90 anos junto com os 75 anos da independência de Israel

As comemorações acontecem em conjunto com um objetivo em comum: demonstrar a necessidade da paz, da conciliação e da união entre os povos

API comemora 90 anos junto com os 75 anos de independência de Israel - Imagem: divulgação
API comemora 90 anos junto com os 75 anos de independência de Israel - Imagem: divulgação

Vitória Tedeschi Publicado em 06/05/2023, às 08h56


Fundada no dia 1º de maio de 1933, a Associação Paulista de Imprensa (API) celebra neste mês seus 90 anos de história e muita luta com um evento na Câmara Municipal de São Paulo, nesta segunda-feira (08), presidido pelo presidente da entidade, Sérgio de Azevedo Redó.

É importante salientar que, junto com o evento em homenagem às nove décadas da API, o momento também é de comemoração pelos 75 anos da independência do Estado de Israel, quando foi assinada uma declaração, no dia 14 de maio de 1948, que o estabeleceu como uma potência econômica e militar.

O maior objetivo dessa união é demonstrar a necessidade da paz, da conciliação e da união entre os povos, assuntos que conversam diretamente com o surgimento da API e sua atividade até os dias atuais.

O que nós realmente assumimos são bandeiras. A gente luta pelas grandes bandeiras de reforma para a manutenção da democracia", explica Sérgio Redó, que é presidente da API há mais de 10 anos.

Sérgio também destaca a relevância histórica e social da entidade aniversariante citando que ela esteve presente nos principais momentos da história do Brasil: desde o "Fora Dilma", em 2016, até o atual movimento de restabelecimento da democracia no país pós governo Bolsonaro.

Defendemos sempre o direito intransigente [que não é flexível, não muda] da liberdade de expressão, de informação e de comunicação social no país", afirma Sérgio, que também destaca que as lutas da API vão muito além de apoiar ou ser contra candidatos políticos, mas visam o bem de toda a sociedade.

Assim, fica claro entender que o órgão que carrega o nome "imprensa", e é automaticamente ligado aos profissionais da comunicação, também existe por motivos maiores e abraça causas que afetam diretamente a vida de toda a população brasileira e mundial, não apenas dos jornalistas.

Guilherme Sartori também participou da homenagem à Jovem Pan durante o evento - Imagem: divulgação
Sérgio Redó (Presidente da API), Guilherme Sartori (CEO do Diário de S.Paulo), Carlos Aros (Diretor de Conteúdo da Jovem Pan) e César Romão (Jornalista e Escritor) / Imagem: divulgação

No evento, mais uma vez, o Diário de São Paulo recebe uma homenagem pelos seus serviços prestados à sociedade. Guilherme Sartori, administrador, CEO do Diário de S.Paulo e presidente do conselho de Altos Estudos Estratégicos da API, estará presente representando o veículo de comunicação.

Nós, do Diário de S.Paulo, ficamos muito felizes e honrados em recebermos essa homenagem de uma entidade tão relevante quanto a API. E reafirmamos, mais uma vez, nosso compromisso com a verdade e a informação de qualidade", afirma Sartori.

90 anos levantando bandeiras

É muito importante destacar que a API já nasceu com um objetivo nobre e em prol de toda a sociedade, isso porque surgiu em meio a um grande embate político e social que envolvia o movimento constitucionalista de 1932.

Neste momento, Getúlio Vargas e seus aliados, por um golpe de Estado, conseguiram derrubar o presidente Washington Luís e instaurar um Governo Provisório, onde a Constituição de 1891 deixou de vigorar. Ou seja, o país deixou de ter um documento oficial com a garantia de direitos e deveres do povo e ficou à deriva.

Assim, grandes nomes como Sud Mennucci, Assis Chateaubriand, Galeão Coutinho, Ruy Nogueira Martins e Guilherme de Almeida, sentiram a urgência de criar a associação, a fim de continuar lutando pela constitucionalidade no Brasil, e encabeçaram a criação de uma nova constituição, a de 1934.

Nascia então, a Associação Paulista de Imprensa, a primeira entidade destinada a unir empresários e jornalistas em um grupo poderoso que tinha como principal objetivo defender os interesses de toda classe.

Vale mencionar que, além dessa bandeira, que segue sendo uma das principais de cada um dos membros, na mesma época, os jornalistas fundadores citados acima também foram importantes figuras na oficialização do direito da mulher ao voto, concedido em 1932 por meio do Decreto 21.076, que faz aniversário junto com a associação.

Conheça mais sobre a história da API, clique aqui.

Mas.. nem tudo são flores

É importante citar que, ao longo desses 90 anos de história, a Associação Paulista de Imprensa também enfrentou momentos difíceis, mas com ajuda da grande experiência e profissionais apaixonados, conseguiu dar a volta por cima.

Sérgio Redó, que também é jornalista, advogado, presidente da Comissão de Estudos da Imprensa da OAB-SP e administrador, lembra que, em 2009, quando assumiu o cargo de presidência na API, a associação passava por momentos delicados e precisou de muito esforço para sobreviver.

Dentre problemas jurídicos e financeiros seríssimos, ele foi escolhido a dedo para salvar a entidade que precisava de um profissional com muita experiência, principalmente, nas duas áreas: da comunicação e do Direito.

"Eu fui convidado a presidir a entidade por ter muita experiência na administração de empresas de comunicação e na advocacia. Ela estava sendo executada judicialmente", comenta Sérgio afirmando que no momento em que entrou na empresa tinha grandes chances de, literalmente, fechar as portas.

Apesar das grandes dificuldades que Sérgio encontrou ao entrar para a entidade, ele encarou o desafio e conseguiu erguer a API. O que não aconteceria caso não acreditasse no serviço fundamental que ela tem para o jornalismo de São Paulo e do Brasil.

É uma entidade extremamente fantástica, mas com um monte de problemas. Na verdade, o jornalismo passa por uma crise muito grande, e isso reflete nas entidades", aponta Sérgio, que também agradece todo apoio que recebeu de sua esposa, Patrícia, em todos esses anos de trabalho duro.

Apesar de levantarem bandeiras extremamente importantes e lutarem pelos direitos dos jornalistas, atualmente, a API conta com apenas cerca de 2.500 associados, dos mais de 70 mil jornalistas no Estado de São Paulo.

Ou seja, mesmo sendo um serviço essencial para o jornalismo e, consequentemente, para toda a sociedade, o movimento de ampliação ainda segue a passos curtos. É o que lamenta Sérgio sobre seu desafio atual.

"A partir da pandemia de 2020 nós estamos com problemas terríveis. Infelizmente, nós tivemos uma evasão muito grande de receita porque nossos associados não pagaram a entidade", explica o presidente da API, que precisou se reinventar, assim como a maioria dos negócios, para sobreviver.

Hoje, a entidade, que conta com apenas dois colaboradores, passa por um momento difícil e luta para voltar a conseguir o espaço merecido entre a classe dos jornalistas e poder seguir trabalhando cada vez mais pelos direitos de toda a sociedade.

Vale lembrar que a API oferece diversos serviços aos profissionais da comunicação como consultoria jurídica, cursos internos, palestras com grandes nomes do jornalismo e temas atuais, e, claro, o maior benefício de todos: a oportunidade de fazer parte de movimentos históricos pela democracia, pelos direitos dos cidadãos e pela valorização do jornalismo de qualidade.

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