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Fórmula 1

F1: Lewis Hamilton comemora condenação de Nelson Piquet por racismo e homofobia

O piloto da Mercedes comentou sobre o assunto em entrevista recente

Lewis Hamilton, que foi atacado pelo tricampeão da F1, celebrou a decisão da Justiça brasileira de condenar Piquet em entrevista recente, pouco antes do fim de semana do GP da Austrália - Imagem: reprodução/Twitter
Lewis Hamilton, que foi atacado pelo tricampeão da F1, celebrou a decisão da Justiça brasileira de condenar Piquet em entrevista recente, pouco antes do fim de semana do GP da Austrália - Imagem: reprodução/Twitter

Thais Bueno Publicado em 02/04/2023, às 10h02


Nelson Piquet é famoso por ter atuado como piloto de Fórmula 1 há alguns anos. Defensor declarado de Jair Bolsonaro, o ex-piloto foi condenado a pagar uma indenização de R$ 5 milhões por prática de racismo e homofobia nove meses depois do ocorrido.

Lewis Hamilton, que foi atacado pelo tricampeão da F1, celebrou a decisão da Justiça brasileira de condenar Piquet em entrevista recente, pouco antes do fim de semana do GP da Austrália, que aconteceu durante este domingo (02).

"Logo que isso aconteceu, eu comentei sobre isso e ainda acredito que não devemos dar atenção para essas pessoas cheias de ódio. Mas eu gostaria de reconhecer o que o governo do Brasil fez, é impressionante que tenham responsabilizado alguém e mostrado às pessoas que isso não é tolerado", iniciou.

"Racismo e homofobia não são aceitáveis, não há lugar para isso em nossa sociedade. Por isso, amo que tenham mostrado que eles se posicionam".

Hamilton ainda comentou que outros países deveriam seguir o exemplo da Justiça do Brasil. "Gostaria que outros governos fizessem isso, como você viu na Uganda. Ainda há mais uns 30 países na África e Oriente Médio (que criminalizam homossexualidade), há muito o que se pode aprender disso".

Para quem não sabe, a Uganda anunciou recentemente a aprovação de uma lei que coloca a homssexualidade como crime no país. 

Detalhes da decisão

A decisão veio à tona no dia 24 de março e foi tomada pela 20ª Vara Cível de Brasília. A ação foi movida pelas seguintes instituições: Aliança Nacional LGBTI, Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas, Centro Santo Dias de Direitos Humanos de Arquidiocese de SP e Francisco de Assis: Educação, cidadania e direitos humanos.

De acordo com as entidades, Nelson Piquet usou um termo racista quando se referiu ao britânico ao comentar sobre o acidente com Max Verstappen durante uma corrida da Fórmula 1 em 2021. Piquet mencionou que o acidente teria sido culpa do piloto da Mercedes.

Durante uma entrevista ao Canal Erneto, Piquet chamou Hamilton de "neguinho".

"O neguinho meteu o carro e não deixou [desviar]. O Senna não fez isso. O Senna saiu reto. O neguinho deixou o carro porque não tinha como passar dois carros naquela curva. Ele fez de sacanagem. A sorte dele foi que só o outro [Verstappen] se f*deu. Fez uma p*ta sacanagem", comentou.

O juiz Pedro Matos de Arruda afirmou, em sua decisão, que o valor da indenização se dá "no sentido de que se deve apreciar apenas a função reparatória da responsabilidade civil, mas também (e talvez principalmente) a função punitiva, exatamente para que, como sociedade, possamos nos ver algum dia livres dos atos perniciosos que são o racismo e a homofobia".

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