Casal bolsonarista se casa em ato golpista para não abandonar manifestação: "Estamos em missão"

O casal bolsonarista Rodrigo Tramontim, 40 anos, e Jesarela Carvalho, 29 anos, estavam noivos há mais de 10 anos e decidiram oficializar a união em frente a um quarteldo Exército em Ponta Grossa, a 116 km de Curitiba, durante as manifestações. 

A cerimônia foi feita na última quinta-feira (8) e logo viralizou na internet por ter ocorrido no meio de um ato antidemocrático que ocorre em diversas cidades do Brasil desde a eleição de Lula derrotando Bolsonaro. 

"Não vamos arredar o pé, somente após terminar tudo isso. A lua de mel a gente vê depois. Estamos em outra missão neste momento. A gente tem planejado ir para Gramado. Se der tudo certo após isso, vamos para lá. Por enquanto, está adiado", contou Rodrigo ao UOL.

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O casal disse em entrevista ao portal que o casamento foi um presente dos manifestantes bolsonaristas que estão com eles acampados na praça. Os dois estavam programando se casar em dezembro deste ano.

"O nosso casamento estava para dezembro, mas por conta de toda essa situação, cancelamos. Era pra ser apenas no cartório e sem festa. Mas o pessoal da manifestação nos presenteou", explicou.

Rodrigo e Jesarela afirmaram que ficam 24 horas do dia em frente ao Exército, deixando o local "apenas para tomar banho". Os dois só saíram da manifestação no dia do casamento por algumas horas para se arrumarem para a festa. 

Os noivos têm dois filhos, uma menina de 7 anos e um menino de 4 anos, que estão ficando com os avós maternos enquanto os dois estão participando da manifestação. 

"Numa conversa, surgiu o primeiro presente que foram as alianças e depois disso todos os demais começaram a querer participar e ajudar de alguma maneira. Alguns com carneiro, leitão, costela, outros deram arroz, maionese, salada, refrigerante e ornamentação. Cada um dos manifestantes participou de alguma forma", contou Jesarela. 

A cerimônia teve a participação de 400 a 500 pessoas entre amigos, manifestantes e família. Rodrigo e Jesarela dizem estar alí para defender "a parte conservadora" do bolsonarismo e os "princípios cristãos". O casal se conheceu na igreja.

"Sabemos dos comentários contrários, mas nossa alegria e paz nesse momento não nos permitem ser abalados por eles", defende a moça.