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100 dias de Lula são marcados por parcerias comerciais e socorro ao Nordeste, dizem analistas

Alguns compromissos relevantes foram interrompidos após o petista ser diagnosticado com pneumonia

Presidente Lula (PT) em evento no Palácio do Planalto em Brasília (DF) - Imagem: reprodução/Facebook
Presidente Lula (PT) em evento no Palácio do Planalto em Brasília (DF) - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 10/04/2023, às 10h48


O 3º mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente da República tem sido marcado por desafios em suas relações com o congresso, combate ao extremismo e ameaças de golpe por apoiadores de Jair Bolsonaro e promessas de reformas.

Por outro lado, o chefe do executivo também tem colocado em prática muitos projetos para atender a diversas regiões do Brasil. Segundo o Palácio do Planalto, Lula pretende fazer viagens pelo país com o intuito de criar uma rotina de entregas de ações e obras federais em parceria com estados e municípios.

De acordo com o portal Metrópoles, uma pesquisa feita com base na agenda presidencial mostra que, em 100 dias de governo, Lula visitou 10 estados. Em geral, o político priorizou as pautas do Nordeste, sua base eleitoral. Ele esteve na região em cinco oportunidades, tendo compromissos nos estados da Bahia, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e, mais recentemente, no Maranhão, que sofreu graves consequências das fortes chuvas.

Entre os estados mais visitados por Lula, destacam-se o Rio de Janeiro, com três visitas presidenciais; São Paulo e Roraima, com duas idas do petista em cada estado. O mandatário ainda esteve uma vez no Paraná e outra no Mato Grosso.

Em suas visitas à Roraima, o presidente acompanhou os trabalhos do governo federal e anunciou medidas de ajuda emergencial à população Yanomami, que enfrentou uma crise sanitária nos últimos anos. Para alguns cientistas políticos, o posicionamento de Lula na região evidencia um contraponto de seu governo em relação à gestão de seu rival Jair Bolsonaro (PL), que está sendo investigada pelas mortes da população indígena.

Relações estreitas

Desde o início de janeiro, o petista vem se reunindo com prefeitos e governadores para atender a pedidos e ouvir sugestões de parcerias e projetos entre os estados e municípios com o governo federal.

Em um dos encontros, Lula chegou a dizer que pretendia ficar apenas dois dias em Brasília e passar o resto da semana “fazendo as coisas acontecerem”.

“Eu digo para o pessoal que eu quero ficar dois dias em Brasília e cinco dias andando por esse país, para poder visitar pessoas, conversar com pessoas e fazer as coisas acontecerem”.

No entanto, dois dias depois, Lula foi obrigado a suspender seus compromissos temporariamente ao ser diagnosticado com uma pneumonia. Mas, em seu retorno às funções, Lula declarou que planeja retomar as agendas em estados logo depois de voltar da viagem à China, programada para ocorrer entre 11 e 15 de abril.

Parcerias internacionais

A expectativa da equipe do petista era que Lula chegasse aos 100 dias de governo tendo visitado os três maiores parceiros comerciais do Brasil: China, Estados Unidos e Argentina. Contudo, a viagem ao país asiático teve que ser adiada por conta dos problemas de saúde do presidente.

Em relação à política externa, Lula demonstrou esforço para consolidar relações diplomáticas com parceiros estratégicos e apresentar uma mudança de postura perante a comunidade internacional, com viés democrático e progressista. Desde o início do mandato, ele já visitou a Argentina, os EUA e o Uruguai.

Ao contrário de Bolsonaro (PL), Lula recorre à diplomacia presidencial para fortalecer os vínculos com aliados estratégicos e recuperar o protagonismo do Brasil em questões globais como meio ambiente e direitos humanos. Além disso, o chefe do executivo tem dado prioridade à reestruturação do Mercosul (bloco econômico e comercial formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) e à retomada do tratado da organização com a União Europeia.

O político também tem atuado como um dos principais chefes de estado das Américas em favor da paz entre a Rússia e Ucrânia, após um ano de guerra entre os dois países

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