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Pessoas morrem ou ficam cegas após usar colírio com superbactéria, alertam autoridades

Os pacientes também tiveram que remover os globos oculares ao contrair a doença

O surto envolveu os colírios EzriCare Artificial Tears e Delsam Pharma - Imagem: Freepik
O surto envolveu os colírios EzriCare Artificial Tears e Delsam Pharma - Imagem: Freepik

Mateus Omena Publicado em 05/04/2023, às 11h06


Autoridades sanitárias espalharam um alerta sobre bactérias encontradas em colírios contaminados que se espalharam entre pessoas assintomáticas.

Os casos aconteceram nos Estados Unidos, envolvendo colírios vendidos em farmácias que continham uma cepa rara de Pseudomonas aeruginosa, segundo o jornal Mirror.

Os agentes da vigilância sanitária do país recolheram todo o estoque do EzriCare Artificial Tears - produto de venda livre sem conservantes fabricado na Índia - das prateleiras das farmácias no início deste ano, em uma tentativa de conter o surto provocado pela bactéria.

De acordo com especialistas, a Pseudomonas aeruginosa provoca infecções no sangue e nos pulmões das vítimas.

Até o momento, três pessoas morreram e quatro tiveram que remover os globos oculares ao contrair a rara superbactéria, após usar os colírios. Outras oito pessoas perderam a visão em um ou ambos os olhos após o uso de colírios contaminados.

Inicialmente, o surto foi identificado em um centro hospitalar em Connecticut, mas outros episódios semelhantes ocorreram também em outros estados como Nova York, Flórida, Texas e Utah.

As autoridades da vigilância sanitária afirmaram que o problema mostrou sinais de propagação entre pacientes assintomáticos.

Em entrevista ao The New York Times, o Dr. David van Duin, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Carolina do Norte, explicou que as pseudomonas não são apenas altamente infecciosas e resistentes a medicamentos, no entanto são bastante difíceis de erradicar, principalmente quando a bactéria se espalha pela corrente sanguínea.

Até o momento, 68 pessoas estão infectadas com Pseudomonas aeruginosa após o uso de colírios, incluindo EzriCare Artificial Tears, disse o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Apesar do surto ter sido amplamente contido, Maroya Walters, investigadora-chefe da equipe de resistência antimicrobiana do CDC, alertou que esta não será a última vez que a rara superbactéria deve causar pânico. “Acho que veremos o impacto dessa peça ao longo de meses ou anos”, disse.

A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) - órgão responsável pela regulação dos medicamentos no país - declarou que não identificou esterilidade do produto antes de suas vendas no país. Os colírios EzriCare, assim como os da Delsam Pharma, são fabricados pela mesma empresa farmacêutica com sede na Índia.

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