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Justiça!

Nesta sexta, TSE retoma julgamento que pode decidir o futuro de Jair Bolsonaro na política

O ex-presidente é julgado por repetir mentiras sobre o sistema eleitoral e atacor instituições em julho de 2022

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook
Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto (DF) - Imagem: reprodução/Facebook

Mateus Omena Publicado em 30/06/2023, às 10h37


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai retomar nesta sexta-feira (30), ao meio dia, o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A sessão será a última do semestre no tribunal e deve selar o destino político de Bolsonaro ao avaliar sua inelegibilidade.

Por enquanto, votaram pela condenação os ministros Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques e André Tavares. Apenas Raul Araújo abriu divergência e julgou improcedente o pedido contra Bolsonaro.

O ex-presidente é julgado a pedido do PDT na Corte após organizar encontro com embaixadores em julho de 2022. Na agenda, transmitida pela TV Brasil, Bolsonaro, enquanto presidente, repetiu mentiras sobre o sistema eleitoral e atacou instituições.

Segundo a revista Carta Capital, a sessão será retomada com o voto da ministra Cármen Lúcia. Se a ministra votar pela condenação de Bolsonaro, será formada maioria de quatro votos pela inelegibilidade. Mais tarde, a votação prosseguirá para tomada dos últimos votos, a serem proferidos.

Nesta sexta-feira (30), o ex-presidente estará em Belo Horizonte, Minas Gerais, para um almoço com integrantes do Partido Liberal (PL).

O relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, foi o primeiro a votar na sessão de terça-feira (27). Em sua exposição, Gonçalves afirmou que a reunião “serviu para incitar um estado de paranoia coletiva”, por meio de um “conjunto de informações falsas ou ou distorcidas” sobre o sistema eleitoral brasileiro.

As declarações de Bolsonaro se tornaram uma “narrativa delirante com efeitos nefastos na democracia, no processo eleitoral, na crença popular em conspirações acerca do sistema de apuração dos votos, tudo praticado “não como um ato isolado e aleatório, o que já seria bastante grave, mas em verdadeira concatenação estratégica ao longo do tempo, com finalidades eleitoreiras”, disse o juiz André Ramos Tavares.

“O que pode ser mais grave no agir de um chefe de Estado que, visando objetivos eleitorais, mobilizar o aparato da República para passar internacionalmente a ideia de que as eleições brasileiras não são limpas?”, disse o ministro Floriano Marques, ao votar a favor da condenação.

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