O tenente-coronel deixou o profissional Rodrigo Roca de lado
Thais Bueno Publicado em 11/05/2023, às 08h40
Na última quarta-feira (10), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro durante seus 4 anos na presidência da República e preso na semana passada, decidiu fazer mudanças em sua equipe de defesa.
De acordo com informações colunista Aguirre Talento, do UOL, ele teria deixado de lado o advogado Rodrigo Roca, que seria próximo da família Bolsonaro, para substituí-lo por uma nova equipe que irá defendê-lo das acusações que enfrenta.
Também segundo revelado pelo jornalista mencionado acima, Mauro Cid decidiu trazer para seu lado o advogado criminalista Bernardo Fenelon, que é especialista em crimes do colarinho branco e colaboração premiada.
Aguirre ainda contou que interlocutores de Cid disseram que seus parentes estavam à procura de uma linha de defesa mais independente e com menos ligações ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Esses interlocutores também alegaram que havia um certo incômodo por algumas declarações públicas que o advogado Rodrigo Roca deu sobre o caso, que inclusive foram alinhadas com a versão revelada pelo ex-presidente.
No dia 3 de maio, uma quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar uma associação criminosa que inseria dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
Entre os presos na ação estava, claro, o tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, um homem de confiança e visto como um 'faz-tudo' por Bolsonaro. Além disso, outros dois ex-assessores especiais do ex-presidente, Sérgio Cordeiro e Max Guilherme, também foram detidos.
Segundo a PF, as inserções falsas teriam ocorrido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, alterando a verdade sobre fato juridicamente relevante, no caso, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. O grupo emitia certificados de vacinação fraudulentos para burlar as restrições sanitárias em vigor no Brasil e nos Estados Unidos.
Bolsonaro, por sua vez, nega ter tomado a vacina contra a COVID-19. No caso dele e de sua filha, a inserção de duas doses da vacina Pfizer ocorreu em 21 de dezembro de 2022, dias antes de viajarem para os Estados Unidos após a eleição presidencial.
"A Polícia Federal aponta a existência de uma associação criminosa com vários beneficiários, entre eles uma parlamentar federal, para a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS, possibilitando aos investigados a obtenção dos benefícios do certificado de vacinação sem que, necessariamente, tenham se vacinado", disse.
Moraes afirmou que havia "fortes indícios" de materialidade e autoria de seis crimes pelos suspeitos, incluindo associação criminosa, falsificação de documentos e corrupção de menores. O juiz também ordenou a apreensão de armas, munições, computadores, celulares, passaportes e outros dispositivos eletrônicos pertencentes aos suspeitos.
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