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Militar afirma em mensagem a Mauro Cid que tem informações cruciais sobre assassinato de Marielle Franco

Durante a investigação de conversas interceptadas, surgiram informações sobre Marielle, no entanto, não há conexão com os acontecimentos desta quarta-feira e nem com Bolsonaro

Ailton Barros e Marielle Franco. - Imagem: Divulgação / Divulgação - TSE
Ailton Barros e Marielle Franco. - Imagem: Divulgação / Divulgação - TSE

Marina Roveda Publicado em 04/05/2023, às 08h31


A Operação Venire da Polícia Federalprendeu na última quarta-feira (3) o ex-candidato a deputado estadual e militar da reserva Ailton Barros (PL-RJ) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, por suspeita de fraude em cartões de vacinação. No entanto, uma conversa interceptada pela PF revelou uma bombástica revelação de Barros: ele afirmou a Mauro Cidque sabe quem mandou matar a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) em 2018. A transcrição da gravação foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação.

Segundo a investigação, Ailton Barros disse a Mauro Cid que o ex-vereador do Rio de Janeiro Marcello Siciliano teria intermediado a inserção de dados falsos de vacinação no sistema do Ministério da Saúde em benefício de Gabriela Santiago Cid, esposa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em troca, Barros pediu que Cid intermediasse um encontro de Siciliano com o cônsul dos Estados Unidos no Brasil para resolver um problema relacionado ao visto de entrada de Siciliano no país norte-americano.

Barros afirmou que Siciliano estava tendo problemas com o visto injustamente e que ele não teria relação com a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele disse a Cid: "Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p*** toda". Vale lembrar que Siciliano chegou a ser investigado na época do crime, mas a polícia descartou sua participação na morte da vereadora.

Apesar de a conversa ter sido interceptada pela PF, ela não tem relação com a investigação dos cartões de vacinação nem com Jair Bolsonaro. A revelação de Barros sobre a morte de Marielle Franco é uma bomba na política brasileira e pode reacender as investigações sobre o caso.

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