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Governo Lula

"A união de países emergentes é capaz de gerar mudanças sociais para o mundo", afirma Lula

Lula compareceu à posse de Dilma Rousseff como presidenta do NBD do BRICS nesta quinta-feira (13)

Nesta quinta-feira (13), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente em seu primeiro compromisso oficial na viagem à China. O presidente da República participou da cerimônia de posse Dilma Rousseff - Imagem: reprodução/Twitter
Nesta quinta-feira (13), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente em seu primeiro compromisso oficial na viagem à China. O presidente da República participou da cerimônia de posse Dilma Rousseff - Imagem: reprodução/Twitter

Thais Bueno Publicado em 13/04/2023, às 16h28


Nesta quinta-feira (13), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve presente em seu primeiro compromisso oficial na viagem à China. O presidente da República participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, que ocorreu em Xangai.

Durante o evento, Lula proferiu uma frase que deixou bem claro o tom que a comitiva brasileira, que também viajou com o político para sua agenda no país asiático, irá adotar ao longo de sua estadia: "A união de países emergentes é capaz de gerar mudanças econômicas e sociais relevantes para o mundo".

Ao longo do evento, o petista, junto com seus ministros e parlamentares, estiveram com quase duas dezenas de funcionários brasileiros do banco e tiraram fotos com os cerca de 200 servidores da instituição e com vice-presidentes do NBD.

Além disso, os políticos também participaram de um almoço que aconteceu no trigésimo andar do prédio em que a cerimônia ocorreu, que oferece uma vista panorâmica da cidade chinesa, hoje com mais de 26 milhões de habitantes.

"Não queremos ser melhores que ninguém. Queremos as oportunidades para expandir nossas potencialidades e garantir aos nossos povos dignidade, cidadania e qualidade de vida", pontuou o presidente da República.

Para quem não sabe, os países que compõem o BRICS são: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Isso representa um grupo de nações que, juntas, possuem mais de três bilhões de habitantes e US$ 25 trilhões em PIB, ou seja, 40% da população mundial e cerca de um quarto do PIB global.

"Para além da economia, a crescente importância dos BRICS é um reflexo do papel de seus integrantes como líderes globais e da sua capacidade de se unir para encarar os maiores e mais urgentes desafios da atualidade. O grupo possui uma posição única para liderar o caminho em direção a um modelo de desenvolvimento compartilhado para todos", disse Dilma em seu discurso de posse.

Lula também declarou que ter uma mulher no comando de um banco global é um fato extraordinário, visto que o mundo ainda é dominado por homens.

O petista ainda comentou que o principal objetivo do Novo Banco de Desenvolvimento é ser uma ferramenta da redução de desigualdades entre países ricos e emergentes, sendo uma forma de diminuir a exclusão social, fome, pobreza e migrações forçadas.

"A decisão de criar o NBD foi um marco na atuação conjunta dos países emergentes. Os BRICS não poderiam ter ficado alheios às grandes questões internacionais. As necessidades de financiamento não atendidas de países em desenvolvimento eram e continuam enormes".

De acordo com o presidente é preciso não só continuar trabalhando pela reforma da ONU, do FMI e do Banco Mundial, mas também usar, de modo criativo o G-20 (que o Brasil presidirá em 2024) e o BRICS (que conduzirá em 2025) para reforçar temas sobre os quais os países emergentes têm prioridades.

"O NBD liberta países emergentes da submissão às instituições financeiras internacionais. O banco atraiu quatro novos membros - Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai. Vários outros estão em vias de adesão, e estou certo de que a chegada de Dilma Rousseff contribuirá para isso", concluiu o marido de Janja.

"Brasil voltou para fazer a diferença"

Em seu discurso, Lula afirmou que, depois de uma "inexplicável ausência" do Brasil no tabuleiro das relações internacionais que teria acontecido no governo anterior, a nação voltou para jogar o jogo que corre no mundo.

"O Brasil voltou e com vontade de fazer a diferença. Temos muito a contribuir em questões centrais do nosso tempo, a exemplo da mitigação da crise climática e do combate à fome e às desigualdades. É intolerável que, num planeta que produz alimentos suficientes para toda a humanidade, centenas de milhões de pessoas não tenham o que comer. É inadmissível que a irresponsabilidade e a ganância de uma pequena minoria coloquem em risco a sobrevivência do planeta".

Sendo assim, de acordo com esse contexto, o comandante do país falou que, neste contexto, o NBD dos BRICS representa muito para as pessoas que querem um novo mundo, em que o desenvolvimento dos países ocorre de forma mais justa e harmônica e as relações interpessoais passam a ser olhadas sob outro ângulo.

"Temos uma tarefa que não tínhamos há 10 anos: dispersar um ódio que achávamos que não existia mais. É preciso que o humanismo reaja. Não podemos ter uma sociedade sem coração, sem sentimentos. Além da política, precisamos cuidar da nossa alma. Vamos ter que aprender a estender a mão para o outro mais uma vez", salientou.

O petista tem certeza de que Dilma Rousseff é a pessoa certa para este trabalho. "Estou certo de que Dilma Rousseff colocará toda a sua competência para transformar esse banco no maior banco de investimentos para países em desenvolvimento que o mundo já conheceu".

A ex-presidenta da República, então, finalizou: 

"O NDB precisa apoiar projetos que sejam críticos para reduzir a desigualdade e melhorar o padrão de vida das imensas comunidades pobres e excluídas do acesso à moradia, à educação e à saúde. O NDB tem o potencial de ser um líder global no financiamento de projetos que abordem os desafios mais urgentes de nosso tempo. Estou confiante de que, juntos, podemos realizar essa visão".

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