Diário de São Paulo
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Lula planeja derrubar o império do dólar no comércio mundial usando o Banco dos BRICS

O líder argumenta que a organização, atualmente presidida por Dilma Rousseff, deve ser a opção preferencial em relação ao Fundo Monetário Internacional

Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert

Marina Roveda Publicado em 13/04/2023, às 08h06


O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do Banco dos BRICS (Novo Banco de Desenvolvimento, NDB na sigla em inglês), onde defendeu a ampliação do comércio nas próprias moedas pelos membros da instituição, e até mesmo uma moeda do grupo BRICS, composto por Brasil, Rússia, Índia, Chinae África do Sul.

Durante seu discurso em Xangai, Lula questionou o uso do dólar como moeda para o comércio entre os países membros e sugeriu a criação de uma moeda própria para o bloco, que possa financiar as relações comerciais entre os países. Ele destacou que uma moeda própria poderia deixar os países em uma situação mais tranquila, já que hoje em dia é preciso correr atrás do dólar para exportar.

Embora tenha admitido que a mudança é difícil, já que há pessoas mal acostumadas com o uso do dólar, Lula destacou a necessidade de paciência para a transição, sugerindo que Dilma Rousseff aprenda com a paciência da China. Ele enfatizou que o século XXI pode ajudar a fazer as coisas de maneira diferente.

Lula defendeu o NDB como uma alternativa ao FMI (Fundo Monetário Internacional)para evitar que os investimentos internacionais resultem na transferência de comando da política econômica dos países em desenvolvimento. Ele destacou o direito dos países de se endividarem para investir, sem pressões que possam prejudicar suas economias. Ele criticou a pressão que o FMI vem exercendo sobre a Argentina, por exemplo, e enfatizou que os bancos precisam ter paciência e renovar acordos quando necessário.

Lula também criticou os obstáculos à ampliação do poder das economias emergentes no FMI e no Banco Mundial, e defendeu a expansão do número de membros do NDB. Ele acredita que Dilma dará impulso à mudança e que o banco dos BRICSrepresenta muito para quem sonha com um novo mundo e precisa de dinheiro para fazer investimentos.

Dilma, por sua vez, defendeu o NDB como um "banco do Sul global", voltado não só para os países membros, mas para todos aqueles em desenvolvimento. Ela enfatizou a expansão e o recurso às moedas dos próprios integrantes para os investimentos a serem aprovados, privilegiando os mercados domésticos. A presidente também ressaltou a importância de construir alternativas financeiras robustas.

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