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TRISTE! Mãe de menina morta no ataque de Aracruz escreve carta aberta de partir o coração

O crime aconteceu na manhã da última sexta-feira (25)

"Jamais verei do que ela seria capaz", desabafou - Imagem: reprodução/Metrópoles
"Jamais verei do que ela seria capaz", desabafou - Imagem: reprodução/Metrópoles

Thais Bueno Publicado em 29/11/2022, às 19h29


A mãe de Selena Sagrillo, que tinha apenas 12 anos de idade e foi assassinada durante um ataque a duas escolas, que deixou ainda três professoras mortas e 13 feridos em Aracruz, no Espírito Santo, publicou, durante o último sábado (26), uma carta aberta contra o ódio que emociona qualquer um.

Além disso, Thais Fanttini Sagrillo Zuccolotto também revela o sofrimento pela perda da menina e pede amor, piedade e segurança para as crianças. Vale mencionar que ela escreveu a mensagem em um computador no quarto de Selena.

"Jamais verei do que ela seria capaz. Ela estava se tornando uma mulher poderosa, alma livre, feminina. A promessa de uma vida inteira foi desfeita. Todo um futuro interrompido. A custo do ódio, do desamor, do terror".

Veja a carta na íntegra:

"Escrevo este texto do computador e quarto de minha filha Selena, que agora amargam sua ausência. Escrevo, pois não tenho mais voz para falar, não tenho mais lágrimas para chorar.
O lamento, a dor e angústia que estavam no meu peito antes, agora, começam a dar lugar ao sentimento de entendimento, aceitação e saudade.
Sentada em meio ao pequeno caos criativo que era seu quarto, encontrei um texto que falou tão profundamente em meu coração que não consigo deixar de compartilhar com vocês, que tanto estão nos dando forças neste momento. O texto dizia:
'Vai ter um dia em que o mundo inteiro vai estar do seu lado, e esse dia é hoje. Eu esperei minha vida inteira. E tudo está bem. Completei meus 11 anos e tinha voltado ao bairro e a escola que cresci depois de dois anos em São Mateus (ES), e eu disse: Vai um dia que o mundo inteiro vai estar do seu lado, e esse dia está próximo'.
Realmente o dia estava próximo para minha filha. Havia 1 mês e cinco dias que ela havia completado 12 anos. O dia de sua morte, dia 25/11, foi também o dia do aniversário de meu pai, e seu avô Jose. Dia 01/12 será aniversario de seu outro avô, Laudérico. Daqui a trinta dias será Natal. Minha filha não verá os próximos jogos da copa do mundo e nunca mais se empolgará com um gol como aquele do Richarlison, que ela achou 'incrível'
Jamais verei do que ela seria capaz. Ela estava se tornando uma mulher poderosa, alma livre, feminina. A promessa de uma vida inteira foi desfeita. Todo um futuro interrompido. A custo do ódio, do desamor, do terror. Não venho aqui clamar por retaliação, pois de ódio, estou farta.
Clamo por piedade e por segurança para nossas crianças serem as milhões de pequenas revoluções que elas poderiam ser. Segurança nas escolas, ruas, casas. Abrigadas e protegidas de todos os desterros do mundo. Longe da violência, drogas, armas e abusos.
Que a partida da Selena seja o início de uma nova revolução, assim como ela gostava, mas uma revolução baseada no amor e segurança para nossas crianças de todas as etnias, regionalidade, classe social e crença.
Esse é um lamento e um grito de uma mãe que padece com a perda de uma filha. Peço que nos mandem orações, amor, energias boas, seja qual for sua crença. Que o mundo se una pela Selena, assim como ela escreveu em seu texto, e por tantas outras Selenas pelo mundo.
Ass. Thais Fanttini Sagrillo Zuccolotto".

Vítimas

Além de Selena, a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) identificou as três vítimas assassinadas pelo criminoso: as professoras Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos, Maria da Penha Pereira de Melo Banhos, de 48, e Flávia Amoss Merçon Leonardo, de 38. Cinco vítimas ainda estão internadas.

De acordo com a PCES, o adolescente vai responder criminalmente por ato infracional análogo a 10 crimes de tentativa de homicídio qualificada por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa das vítimas.

Ele também pode responder por ato infracional análogo a três homicídios qualificados, por motivo fútil, que gerou perigo comum e com impossibilidade de defesa das vítimas.

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