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Caçada

Pai do atirador de Aracruz diz ser alvo de ameaças e justifica ação do filho: "Bullying"

O policial militar deu uma entrevista ao "Domingo Espetacular", da TV Record

Pai do atirador de Aracruz diz ser alvo de ameaças e justifica ação do filho: "Bullying" - Imagem: reprodução
Pai do atirador de Aracruz diz ser alvo de ameaças e justifica ação do filho: "Bullying" - Imagem: reprodução

Nathalia Jesus Publicado em 28/11/2022, às 10h31


O pai do adolescente responsável por abrir fogo em duas escolas de Aracruz, no Espírito Santo, afirmou que o filho sofreu uma "transformação" de personalidade há cerca de dois anos e que, após o ocorrido, a família tem sido alvo de ameaças na cidade.

Em entrevista ao "Domingo Espetacular", da Record, o policial militar declarou que o filho foi vítima de bullying há dois anos, o que teria ocasionado em uma mudança drástica no comportamento do jovem.

"É um sentimento totalmente de surpresa. Diante de uma atitude dessas, inesperada. Nós nunca nem imaginávamos algo assim. Ele [o meu filho] passou por um problema de bullying, realmente há um período de aproximadamente uns dois anos. Ele andou reclamando disso com a gente. E, a partir desse momento, houve sim uma transformação", disse o pai do adolescente de 16 anos.

O tenente da Polícia Militar também comentou que o filho poderia ter sido influenciado por pessoas "maquiavélicas":

"[Se eu encontrasse os parentes das pessoas que morreram], com certeza, eu iria estar pedindo o perdão em nome do meu filho. E dizer o mais importante: tem pessoas maquiavélicas, pessoas do mal por trás. E o contato, eu acredito que seja pela internet, que manipula esses jovens, contamina eles. E levam eles a cometer esse tipo de atitude, a cometer tragédias como essa", desabafou.

Uma publicação do pai exaltando o livro "Minha Luta", em que Adolf Hitler fala sobre suas questões antissemitas, levantou discussões sobre as verdadeiras inspirações do atirador para cometer o crime.

Acusado de prática nazista, o tenente afirma que tem sofrido ameaças nas redes sociais:

"Estou recebendo uma série de ameaças, por parte de pessoas que eu não conheço, falando que eu sou nazista, que eu que ensinei meu filho a atirar, que eu forneci as armas para ele cometer esse tipo de atentado".

Segundo a advogada da família do adolescente, Priscila Benichio Barreiros, os pais do jovem saíram da cidade no momento em que o filho foi preso por medo de sofrerem retaliação por parte da população, mas nega que eles tenham sido ameaçados.

Na última sexta-feira (25), o adolescente de 16 anos abriu fogo em duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo. O ataque deixou quatro mortos e doze feridos, alguns ainda permanecem em estado grave.

De acordo com a Polícia Civil, o jovem se entregou no momento em que foi encontrado pela polícia dentro de sua casa. Com ele foram apreendidas duas armas de fogo, um revólver calibre 38 e uma pistola .40, ambas pertenciam ao pai.

No momento do ataque, o adolescente utilizada um emblema com o símbolo nazista costurado na manga da roupa.

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