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Investigação

PM mata vizinho mecânico por som alto, mas tem desfecho revoltante

A esposa da vítima contou detalhes do acontecimento

No Jardim Novo Mundo, em Goiânia, um PM foi preso em flagrante suspeito de atirar contra seus próprios vizinhos. - Imagem: reprodução I G1
No Jardim Novo Mundo, em Goiânia, um PM foi preso em flagrante suspeito de atirar contra seus próprios vizinhos. - Imagem: reprodução I G1

Juliane Moreti Publicado em 26/11/2022, às 08h15


No Jardim Novo Mundo, em Goiânia, um PM foi preso em flagrante suspeito de atirar contra seus próprios vizinhos. Segundo a esposa, a motivação seria por causa do som alto que estava na casa dela e do seu marido, mecânico. Mas, o desfecho do militar não foi permanecer na prisão.

Geiziele Ferreira é esposa da vítima Rui Barbosa Gomes, um mecânico. Na madrugada desta sexta-feira (25), o casal estava comemorando a vitória da Seleção Brasileira na Copa do Mundo com música em uma caixa de som. Segundo a mulher, era a primeira vez que utilizavam o dispositivo, que foi um presente de um amigo de Rui.

A esposa conta ainda que o soldado teria ido até a casa do casal com uma arma de fogo, apontando a pistola para a cabeçade Rui Barbosa, mandando abaixar o som. O PM voltou pelas ruas para a casa, e Rui foi até a esposa contar o acontecido.

''O cara entrou aqui dentro de casa, ele já veio com a pistola preta na mão, colocou a arma aqui na minha cara, no som e mandou eu desligar o som [...] Eu vou desligar por quê? Eu estou dentro da minha casa'', contou Geiziele ao G1, sobre as falas do marido momentos antes de ser morto.

Depois disso, Rui voltou para dentro do carro, enquanto o PM se dirigia para a própria casa novamente logo após uma discussão entre os dois. Depois, foi quando o crime aconteceu. Uma câmera de segurança registrou não os tiros, mas sim o militar correndo e o carro da vítima descendo desgovernado pelas ruas até pausar em uma calçada.

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Momento em que PM corre e carro de Rui desce desgovernado. Imagem: reprodução I G1

A Polícia Militar da região soube do acontecido, e encontrou o corpo da vítima no carro.O PM suspeito, identificado como Arcício, e o conduziu até a delegacia para prestar esclarecimentos sobre o caso. Segundo o autor do crime, ele estava voltando de um galpão em que guarda pneus quando foi supreendido por Rui, que jogou o veículo contra ele. 

Ele afirmou ter conseguido se desviar do carro e não ser atingido, na primeira vez. Depois, ouviu os gritos da vítima de que mataria o PM, e então, em legítima defesa, ele sacou a arma e disparou contra Rui três vezes, e que saiu de cena e não acionou ninguém por ter ficado transtornado.

Durante a investigação, ele foi preso em flagrante, mas, depois das jutificativas e da ação do advogado de Arcício, a decisão dos responsáveis pelo caso foi uma custória emitida. No documento, o soldado não teve nenhuma sentença anterior (réu primário) e, por isso, a magistrada concedeu a liberdade desde que o PM cumpra algumas condições, como justificar todas as suas atividades.

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