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Novo Ensino Médio

Mudanças no Ensino Médio em SP: deputado estadual pede explicações do secretário da Educação

Requerimento foi realizado na última quarta-feira (19)

Por conta de dúvidas e do desagrado geral de pais, professores e alunos quanto ao Novo Ensino Médio, Rafa Zimbaldi, deputado estadual do Cidadania-SP, protocolou, na última quarta-feira (19), um requerimento de informação - Imagem: Divulgação
Por conta de dúvidas e do desagrado geral de pais, professores e alunos quanto ao Novo Ensino Médio, Rafa Zimbaldi, deputado estadual do Cidadania-SP, protocolou, na última quarta-feira (19), um requerimento de informação - Imagem: Divulgação

Thais Bueno Publicado em 20/04/2023, às 16h18


Por conta de dúvidas e do desagrado geral de pais, professores e alunos quanto ao Novo Ensino Médio, Rafa Zimbaldi, deputado estadual do Cidadania-SP, protocolou, na última quarta-feira (19), um requerimento de informação.

No documento, ele solicita ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que faça maiores esclarecimentos sobre este assunto. Além disso, em outro requerimento, o político faz um convite ao secretário de Estado da Educação, Renato Feder

O parlamentar convidou Renato, através a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), com o objetivo de que ele pudesse explicar melhor, na prática, quais mudanças serão feitas na grade curricular de mais de 3 milhões de alunos.

Caso os pedidos de Rafa Zimbaldi sejam aprovados pela Comissão, Tarcísio terá um prazo de 30 dias para dar uma resposta ao deputado. O secretário da Educação, por sua vez, também terá o mesmo tempo para aceitar ou negar o convite.

Alguns postos que devem ser debatidos na Alesp, se a presença de Renato Feder for devidamente confirmada, são: carga horária, definição de itinerários informativos e alinhamento ao edital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

De acordo com informações publicadas pelos veículos da imprensa, a intenção do Governo do Estado de São Paulo é implementar o Novo Ensino Médio já no segundo semestre deste ano.

No Brasil atual, uma a cada cinco escolas estaduais oferece até dois itinerários formativos. Essas matérias respondem, inclusive, por 71% da carga horária do terceiro ano do Ensino Médio, por exemplo.

Zimbaldi destacou que está preocupado com o Novo Ensino Médio pois, na teoria, com as novas alterações, estudantes e docentes terão que lidar todos os dias com conteúdos superficiais, que não permitirão maior aprofundamento.

O parlamentar ainda ressaltou que a reforma pode fazer com que a grande diversidade de disciplinas acabe sendo dividida entre pouquíssimos professores, o que pode sobrecarregá-los. Além disso, comenta também o fato de que, muitas das vezes, eles não têm especialização em tudo.

"A comunidade escolar ainda aponta para a falta de estrutura das escolas, uma vez que muitas unidades não têm laboratórios, Internet, ou sequer preparo do corpo docente para a integração de novas tecnologias em disciplinas específicas. O Novo Ensino Médio drena disciplinas regulares. Elas foram substituídas por matérias temáticas dos itinerários formativos. Por isso tudo, queremos saber melhor sobre os planos do Estado para essa demanda", afirmou o deputado estadual.

Um número próximo de 400 mil alunos da rede estadual de São Paulo estão no último ano do Ensino Médio. Eles serão os primeiros no país que irão finalizar esta etapa da vida com o novo currículo.

Na visão de Rafa Zimbaldi, professores e alunos paulistas não querem, necessariamente, a revogação do Novo Ensino Médio. No entanto, desejam que o debate seja aberto para eles, para que haja um aperfeiçoamento no modelo atual e a correção de possíveis problemas.

Uma das dificuldades, segundo o político, trata do impacto que a redução da carga horária de disciplinas como Química, Física, Biologia, História, Geografia, Filosofia, Matemática, Português irá provocar no aproveitamento escolar:

"É importante que os alunos tenham acesso ao conhecimento voltado à estratégia e à criatividade, por exemplo, sobretudo quando falamos em prepará-los para o mercado de trabalho. Porém, é preciso equacionar a grade curricular, para que não haja vazão de aprendizado de disciplinas básicas", finalizou.

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