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Programa que promovia atendimento psicológico em escolas estaduais está suspenso desde fevereiro

O assunto voltou a mídia após o ataque que matou uma professora, em São Paulo

Programa que promovia atendimento psicológico em escolas estaduais está suspenso desde fevereiro - Imagem: Agência Brasil
Programa que promovia atendimento psicológico em escolas estaduais está suspenso desde fevereiro - Imagem: Agência Brasil

Nathalia Jesus Publicado em 28/03/2023, às 09h57


As escolas estaduais de São Paulo estão sem atendimento psicológico desde o fim de fevereiro, quando o programa que previa esse tipo de acompanhamento foi suspenso pelo governo do estado.

Em fevereiro de 2021, ainda na pandemia, o então governador do estado, João Doria, iniciou o projeto Psicólogos na Educação. Porém, dois anos depois, em fevereiro deste ano, os professores da rede estadual receberam um aviso sobre a suspensão do programa.

Ao g1, um professor de escola estadual informou que, atualmente, o governo não possui nenhum planejamento para repor o atendimento do antigo programa de apoio psicológico para alunos e corpo docente.

"Não existe. Eu mesmo precisei e fui informado que havia sido cancelado por causa da troca de governo. Esse programa foi criado durante a pandemia, mas é óbvia sua importância para a comunidade escolar. Há diversos alunos e professores com problemas psiquiátricos."

Ele também recebeu um e-mail da Secretaria da Educação informando que, a partir do dia 25 de fevereiro, a iniciativa estava suspensa:

"Informamos ainda que se encontra em andamento processo para licitação voltado à contratação de empresa para prestação de serviços em Psicologia na modalidade presencial, em atendimento à necessidade da Secretaria de Educação e solicitações da rede. Em momento oportuno serão divulgadas às Diretorias de Ensino maiores informações e orientações em relação à retomada dos serviços".

O que diz a Secretaria da Educação

De acordo com a Secretaria da Educação, o programa foi suspenso "porque estava em formato virtual". O Psicólogos na Educação fazia parte do projeto Conviva, criado em 2019, que tem como objetivo:

  • estabelecer estratégias de apoio e acompanhamento às equipes docentes e dirigentes no processo ensino-aprendizagem;
  • contribuir para um clima escolar positivo por meio de ambiente de aprendizagem colaborativo, solidário e acolhedor;
  • contribuir para a melhoria de indicadores de permanência de aproveitamento escolar;
  • promover e articular a participação ativa da família na vida escolar dos estudantes da rede de ensino estadual;
  • articular e fortalecer a rede de proteção social no entorno da comunidade escolar, com aproximação entre os serviços de assistência e saúde mental.

Na coletiva de imprensa na última segunda-feira (27), Renato Feder, secretário da pasta, falou sobre o ataque a escola na zona oeste de São Paulo que deixou uma professora morta. O secretário informou que disponibilizou uma equipe de psicólogos exclusivamente para a Escola Estadual Thomazia Montoro.

Feder também disse que está na programação da Secretaria da Educação a "contratação de 150 mil horas de atendimento psicológico e psicopedagogo para escolas estaduais".

"A gente fazia atendimento virtual na época da pandemia. Independente da tristeza de hoje, já está no cronograma a contratação de 150 mil horas de atendimento de psicólogos e psicopedagogos para as escolas. Então o processo está na cotação de preços, e mais algumas semanas vamos fazer essa licitação, já estava no planejamento isso para o atendimento presencial", disse.

A pasta informou que o programa Conviva terá novos 5 mil profissionais, que se dedicarão à aplicação das políticas de prevenção à violência nas unidades de ensino.

O Psicólogos na Educação, segundo o governo, prestava atendimento virtual para alunos e professores em mais de 5 mil escolas estaduais, com mil psicólogos.

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