Diário de São Paulo
Siga-nos
Educação

Novo Ensino Médio: saiba os 7 pontos do polêmico debate entre alunos e MEC

O modelo está em seu segundo ano de vigência

Novo Ensino Médio está no segundo ano de vigência - Imagem: reprodução Freepik
Novo Ensino Médio está no segundo ano de vigência - Imagem: reprodução Freepik

Manoela Cardozo Publicado em 16/02/2023, às 08h30


O Novo Ensino Médio está em seu segundo ano de vigência e segue trazendo mudanças na grade curricular, ofertando de disciplinas optativas em todas as escolas do país.

Conforme informações do G1, o modelo tem pontos positivos mas também é alvo de críticas por diversos grupos que chegam até mesmo a defender sua revogação.

Veja abaixo quais são os 7 pontos mais polêmicos do debate:

1 - O que é o Novo Ensino Médio?

  • É um novo modelo obrigatório que deve ser seguido no ensino médio por todas as escolas do país, privadas e públicas.
  • Através dele, cada estudante pode montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas nas quais deseja se aprofundar.

2 - Quais são as principais críticas ao novo modelo?

  • Desde que as aulas voltaram ao regime presencial, o programa vem atravessando diferentes níveis de implementação, mudando de estado para estado.
  • Com a entrada das novas ofertas, as disciplinas clássicas têm menos prioridade na grade.
  • As escolas públicas não têm a infraestrutura necessária para manter o novo formato.
  • Com o aumento da carga horária, que deve chegar a 7 horas por dia em 2024, se tornou menos atrativo para alunos mais pobres que precisam trabalhar para ajudar a família.

3 - O que dizem os defensores do Novo Ensino Médio?

  • O modelo pretende formar o aluno em pelo menos um curso técnico já nesta etapa educacional, adiantando sua entrada no mercado de trabalho.
  • O estudante passa mais tempo em sala de aula. Até 2024, o dia letivo deve ter 7 horas, chegando a 1.400 horas por ano.
  • A grade curricular muda, mas nenhuma disciplina deve ficar de fora.
  • As diversas opções de disciplinas podem tornar a etapa mais atrativa para os alunos, combatendo o abandono escolar, que é maior no ensino médio.

4 - O que dizem os especialistas?

"A ausência de coordenação do Governo Federal nos últimos anos deixou os estados à própria sorte, gerando uma implementação muito heterogênea e, em muitos casos, problemática. Há, sim, problemas nas normativas. Isso precisa ser dito, pois não é apenas um problema de implementação", explicou Olavo Nogueira Filho, diretor-executivo da entidade 'Todos Pela Educação'.

Mesmo considerando a ideia positiva, a organização prevê duas questões importantes: "A ausência de coordenação do Governo Federal nos últimos anos deixou os estados à propria sorte, gerando uma implementação muito heterogênea e, em muitos casos, problemática".

Além disso, ele explicou: "Há, sim, problemas nas normativas. Isso precisa ser dito, pois não é apenas um problema de implementação".

5 - Como funciona para os estudantes?

Em entrevista concedida ao SP2, o estudante Gabriel Teixeira Guedes, de uma escola estadual da capital paulista, contou que tem 9 horas de aulas por dia e que uma de suas disciplinas mistura conhecimentos de ciências exatas e humanas.

"Escolhi porque eu gosto bastante de exatas. Mas também fala de sociologia, filosofia que são importantes para o cidadão", relatou.
Já a estudante Sofia Barbosa optou pelo itinerário formativo "Corpo, saúde e linguagens", que mistura conhecimentos de ciências da natureza e linguagens.

6 - Qual a posição das redes estaduais?

  • O Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) ressaltou que o Novo Ensino Médio é uma construção coletiva e que os novos currículos foram criados em conjunto pelos técnicos das secretarias, em colaboração com as equipes das próprias escolas.
  • De acordo com a organização, "não é sensato pensar em descartar todo esse esforço técnico e financeiro despendido pelas redes estaduais ao longo dos últimos anos".

7 - O que diz o MEC?

  • O debate sobre o novo método "transcende a simples revogação e passa pelo debate sobre melhoria da qualidade, sobre quais são seus elementos problemáticos e quais são os ajustes necessários".
  • O posicionamento do MEC é pela "retomada do diálogo democráticosobre o sentido do ensino médio e sobre como podemos, juntos e com a prudência necessária, entregar a melhor escola para a nossa juventude".
Compartilhe  

últimas notícias