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Internacional

Jornalista é condenado a 22 anos de prisão na Rússia e motivo revolta imprensa

Ivan Safronov é ex-correspondente de assuntos militares nos jornais russos Vedomosti e Kommersant

Presidente da Rússia, Vladimir Putin - Imagem: reprodução Instagram @president_vladimir_putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin - Imagem: reprodução Instagram @president_vladimir_putin

Vitória Tedeschi Publicado em 05/09/2022, às 16h27


O jornalista Ivan Safronov, ex-correspondente de assuntos militares nos jornais russos Vedomosti e Kommersant, foi condenado nesta segunda-feira (5) a 22 anos de prisão sob acusação de traição, em um caso histórico de repressão à liberdade de imprensa.

Safronov, que trabalhou como chefe de comunicação da agência espacial Roscosmos, em 2020, foi acusado de ter compartilhado informações confidenciais com membros do serviço de inteligência da República Tcheca.

Ele nega as acusações de passar segredos militares sobre vendas de armas russas no Oriente Médio e na África para a República Tcheca, membro da Otan, enquanto trabalhava como repórter em 2017, chamando as acusações de "uma completa caricatura de justiça e bom senso".

Em corte, a Promotoria ofereceu reduzir a pena para 12 anos se ele confessasse o crime, o que foi rejeitado por Safronov. É a mais dura condenação a jornalista no país em anos, e colegas do repórter afirmam que faz parte de uma campanha maior para amordaçar o dissenso.

"Todo mundo que é próximo de Safronov acredita que a acusação de traição é absurda", disse a jornalista Katerina Gordeeva depois de entrevistar sua mãe, irmã e ex-colegas para um documentário sobre o caso.

Além disso, com a Guerra da Ucrânia, qualquer pessoa que discordar do conflito publicamente pode ser acusada de difamar as Forças Armadas e espalhar 'fake news', sendo punível com até 15 anos de cadeia.

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