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França

Direita vence primeiro turno das eleições legislativas na França

Partido de Marine Le Pen lidera votação, enquanto centro-direita de Macron fica em terceiro lugar

Marine Le Pen. - Imagem: Reprodução | X (Twitter) - @thaiparampil
Marine Le Pen. - Imagem: Reprodução | X (Twitter) - @thaiparampil

por Marina Milani

Publicado em 01/07/2024, às 08h40


Neste domingo (30), a extrema direita conquistou uma vitória significativa no primeiro turno das eleições legislativas na França. O partido Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen, junto com seus aliados, obteve mais de 34% dos votos, deixando para trás as forças de centro-direita do presidente Emmanuel Macron, que ficaram em terceiro lugar, atrás da esquerda.

Nova configuração política

Marine Le Pen celebrou o resultado em seu reduto de Hénin-Beaumont, no norte da França, destacando a quase eliminação do “bloco macronista”. Apesar da liderança no primeiro turno, o RN ainda precisa aguardar o segundo turno, marcado para 7 de julho, para saber se conseguirá alcançar a maioria absoluta na Assembleia Nacional, composta por 577 deputados eleitos em círculos uninominais com um sistema de dois turnos.

Participação Eleitoral e Impactos

A participação eleitoral foi considerada histórica, com 59,39% dos eleitores votando até as 17h (12h em Brasília), um aumento de 20 pontos em relação ao mesmo horário nas eleições de 2022, segundo o Ministério do Interior. A ascensão da extrema direita ao poder na França, a primeira desde a Libertação da ocupação nazista em 1945, representa uma potencial mudança na dinâmica política da União Europeia, similar ao que ocorreu na Itália. Esse cenário pode enfraquecer o apoio de Macron à Ucrânia, apesar do RN afirmar que apoia Kiev enquanto busca evitar um confronto direto com Moscou.

Estratégias para o segundo turno

Para evitar uma maioria absoluta do RN, o líder esquerdista Jean-Luc Mélenchon garantiu que a Nova Federação Popular (NFP) retirará seus candidatos que ficarem em terceiro lugar, aumentando as chances de derrotar a extrema direita no segundo turno. Em resposta, o presidente Emmanuel Macron convocou uma aliança ampla e claramente democrática contra o RN, embora não tenha esclarecido se seus candidatos serão retirados da disputa para fortalecer a NFP contra a extrema direita.

As próximas semanas serão cruciais para definir o futuro político da França e o equilíbrio de poder na Assembleia Nacional, com potencial impacto em toda a Europa.

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