A Copa deste ano deve alcançar uma audiência de 5 bilhões de pessoas, todas sabendo, ouvindo e assistindo a "desevolução" do Oriente Médio
por Fernanda Trigueiro
Publicado em 25/11/2022, às 15h58
A editoria de esporte nunca foi meu forte. Uma vez cai de paraquedas em uma cobertura esportiva, no meio do jogo tirei um cochilo. Não sei se a culpa foi do meu desinteresse pelo assunto ou do jogo morno dos dois times da série B. Quando tem grandes eventos, é claro, que acabo mais interessada, mas não tenho capacidade alguma de analisar jogadas, apostar nos favoritos e nem ouso entrar em bolão. Vou perder dinheiro na certa.
Mas nesta Copa do Mundo, me pego indo atrás de notícias que envolvem as questões culturais do Catar, país sede do Mundial. A sensação que tenho é que diante do regime opressor, o mundo abaixa a cabeça.
A Copa deste ano deve alcançar uma audiência de 5 bilhões de pessoas, todas sabendo, ouvindo e assistindo a "desevolução" do Oriente Médio.
Enquanto o mundo luta pela igualdade, o país islâmico considera um crime qualquer tipo de relação homoafetiva. Podendo levar à cadeia alguém que seja flagrado com uma pessoa do mesmo sexo. Diante disso, em forma de protesto os capitães de trinta e dois times teriam decido entrar em campo usando uma faixa no braço com as cores do arco-íris.
Seria um marco de corajoso. Mas não foi. A Fifa informou que o atleta que usasse a braçadeira levaria um cartão amarelo. Ninguém quis pagar para ver. Da mesma forma que mulheres do mundo todo precisaram refazer suas malas. Apesar do forte calor, sais curtas, shorts e regatas são banidos. O top cropped, então nem se fala. Roupas justas e decotes são inaceitáveis, e as torcedoras não assumem o risco. Qualquer desrespeito às regras locais podem gerar multas e até prisões.
As leis no Catar são imorais com as mulheres. Elas podem vestir somente uma túnica preta. A cor é para esconder o corpo delas e evitar despertar o desejo alheio. Elas precisam de autorização de um homem para tudo. Só vão aos estádios acompanhadas. Se viajarem ou trabalharem sem a permissão do pai, marido, tios ou irmãos podem perder apoio financeiro, o mesmo acontece para aquela que se recusa a ter relação sexual com o esposo algum dia.
O país também coleciona denúncias contra a exploração do trabalho de imigrantes e perseguições religiosas. Por essas e outras que a proibição de uma cervejinha vai além. Quando estamos na casa dos outros temos que nos adequar às regras. Por pior que seja faz parte seguir a cultura local. Mas será que isso é aceitável quando se trata de uma doutrina opressora de um regime que prega à discriminação e o radicalismo?
Em situações como esta, me pergunto até que ponto vale a globalização. Não estou julgando a cultura alheia, mas estou falando dos direitos humanos e, principalmente, do respeito. Será que não nos tornamos coniventes dessa violência? Todos atentos para não perder um lance, mas de olhos fechados para a triste realidade.
Podíamos usar esse holofotes para buscar a mudança, para lutar pela humanidade. Mas não. Daqui a pouco, a festa acaba. Cada um vai pegar o seu avião, voltar pra casa enquanto inocentes vão continuar morrendo, pessoas sofrendo caladas e direitos sendo velados.
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