Um dia antes da comemoração do Dia da Independência comemora-se o Dia da Lembrança, um dia triste e de introspecção
por Rav Sany Sonnenreich
Publicado em 26/04/2023, às 11h10
O Dia Independência de Israel que, neste ano, completa 75 anos, é importante para reflexão não só para nós judeus mas também para toda a humanidade já que é o local mais sagrado para as três principais religiões monoteístas do mundo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo.
E isso no país que é a única democracia da região, onde todos os povos que lá residem e gozam de ampla cidadania têm voz e vez; todos podem, livremente, expressar suas opiniões e, inclusive, como cidadãos, ocupar cadeira no Parlamento.
Israel tem uma luz muito forte, inegavelmente. O estudo da Torá ajuda nessa energia positiva que faz com que o país seja fonte de revoluções tecnológicas que vêm salvando milhares de vidas no mundo todo.
Sou apaixonado por Israel! Morei lá por oito anos, onde estudei ao lado de grandes líderes, literalmente anjos com pernas. Nada disso seria possível sem os milagres revelados que ocorreram 75 anos atrás, quando se tornou independente.
Os ingleses retiraram-se do território da então Palestina em 15 de maio, à meia-noite. Líderes judeus planejavam anunciar a declaração de independência. Porém, os árabes também tinham seus planos: na saída dos britânicos, estavam determinados a invadir e atacar Israel.
Eles tinham um exército poderoso de cinco países: Egito, Síria, Líbano, Iraque e Jordânia, que se juntaram no último momento. Em 12 de maio, ou seja, três dias antes, líderes judeus se reuniram em Tel Aviv para avaliar a situação.
Moshe Sharett, que viria a ser o segundo primeiro-ministro de Israel, informou que os Estados Unidos exigiram a Israel não declarar sua independência. E advertiu que, se o fizesse, os Estados Unidos não os ajudaria com militares ou armas.
A que seria, anos mais tarde, também primeira-ministra, Golda Meir também trouxe más notícias: o rei da Jordânia, que deveria concordar com a criação do tão sonhado Estado judeu, tinha mudado de ideia: ele cedeu à pressão de outros países árabes e agora iria juntar seu exército com os outros países para invadirem Israel.
Os líderes militares estavam muito pessimistas. “Possivelmente não seremos capazes de sobreviver à invasão árabe”, disseram. Memórias do Holocausto eram muito frescas ainda.
Após 13 horas de deliberações no momento mais sombrio da existência do novo país, onde a vida e a morte mesclavam-se, com a possibilidade de um segundo Holocausto nas mãos dos árabes, David Ben Gurion, milagrosamente, usando o nosso documento de fé, a Torá, apontou que Israel é a nossa casa e conseguiu convencer a maioria dos presentes, decidindo declarar o estabelecimento do Estado de Israel. As chances de sobrevivência eram poucas. Mas, o “Patrão”, o Eterno D´us estava conosco!
Novamente nós sobrevivemos e, contra todas as previsões, Israel se defendeu e ganhou a batalha, que levou um ano de duras lutas e custou a vida de 1% da de nossa população. E também saiu vitorioso de todas as guerras que viriam a seguir, onde sempre foi atacado e lutou por sua sobrevivência.
Em memória desses mártires e de todas a vítimas de ataques terroristas, um dia antes da comemoração do Dia da Independência comemora-se o Iom Hazikaron - o Dia da Lembrança, um dia triste e de introspecção.
Esta história me motiva muito em meus votos de Mazal Tov e parabéns a este país que evolui constantemente em todos os aspectos e que se transformou, com a ajuda de D´us, na espinha dorsal da segurança do nosso povo.
Termino minha benção com a frase que o próprio primeiro primeiro-ministro de Israel disse à época, David Ben Gurion:
Quando se trata de Israel, quem não acredita em milagres não é realista!
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