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Investigação

Ministro da Justiça pede que PF investigue institutos de pesquisas eleitorais

O ministro alega que a disparidade dos resultados das eleições e os das pesquisas indicam conduta criminosa

Ministro da Justiça pede que PF investigue institutos de pesquisas eleitorais - Imagem: reprodução/Instagram @andersontorresoficial
Ministro da Justiça pede que PF investigue institutos de pesquisas eleitorais - Imagem: reprodução/Instagram @andersontorresoficial

Nathalia Jesus Publicado em 05/10/2022, às 11h47


Nesta terça-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, informou em suas redes sociais que encaminhou um pedido à Polícia Federal, para que o órgão investigasse os institutos de pesquisas eleitorais.

De acordo com o ministro, o pedido de abertura do inquérito "atende a representação recebida pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), que apontou 'condutas que, em tese, caracterizam a prática de 'crimes perpetrados' por alguns institutos".

Desde que os resultados finais da apuração do primeiro turno das eleições foram divulgados pelo TSE, apoiadores e ministros do governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), têm se manifestado criticamente em relação aos intitutos de pesquisa.

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, chegou a pedir que os eleitores do presidente da república promovessem um boicote às pesquisas e não respondessem os pesquisadores de intenção de voto.

"Divulgar pesquisas como arma de manipulação do eleitor deve ser proibido. Não vamos permitir que os institutos prestem esse desserviço. Peço a todos que apoiam o presidente que NÃO respondam nenhuma pesquisa do Ipec, Datafolha e similares no 2º turno", disse o ministro.

"O Ipec e o Datafolha tentaram explicar como a diferença entre 15 e 5 milhões de votos pró-Lula NÃO era um erro! Conclusão: as desculpas das empresas de pesquisas 100 POR CENTO não convencem NINGUÉM!", escreveu o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, em suas redes sociais.

Diante das críticas, a diretora do Datafolha, Luciana Chong, reiterou à Folha de S. Paulo que as pesquisas servem para mostrar tendências e não antecipar os resultados das eleições.

"Pesquisa não é prognóstico. Cada pesquisa é a fotografia de um determinado momento. O resultado final é só na urna", disse ela.

A diretoria do Ipec também se manifestou e negou que tenha acontecido um erro metodológico na captação das pesquisas de intenção de votos.

"As pesquisas eleitorais medem a intenção de voto no momento em que são feitas. Quando feitas continuamente ao longo do processo eleitoral, são capazes de apontar tendências, mas não são prognósticos capazes de prever o número exato de votos que cada candidato terá", constou na nota.

De acordo com Chong, a iminência da vitória de Luis Inácio Lula da Silva (PT) ainda no primeiro turno fez com que votos que iriam para Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) virassem votos úteis, convertidos para o candidato a reeleição.

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