Preso, o braço direito de Bolsonaro no governo passado não pensa em delação
Nathalia Jesus Publicado em 09/05/2023, às 09h08
O tenente-coronel Mauro Cid, preso no última quarta-feira (03), por suspeita de fraude no sistema de dados de vacinação do Ministério da Saúde, tem recebido visitas de familiares e militares no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.
Durante o tempo na prisão, o ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) tentou passar uma imagem de tranquilidade para as pessoas que o visitam, além de não demonstrar qualquer tipo de sinal de que "trairia" o ex-presidente, segundo apuração do UOL. Com isso, a chance de uma eventual delação contra Bolsonaro ainda é baixa.
Mesmo assim, algumas pessoas que o encontraram nos últimos dias afirmaram que ele está ciente de que a situação se agravou, por essa razão Mauro Cid nem tentou negar o que foi descoberto pela Polícia Federal nas mensagens em seu celular.
Ainda segundo o site, a avaliação de quem o visitou é de que o tempo na prisão ainda não foi o suficiente para abalar o seu controle emocional, como o que aconteceu com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, preso desde janeiro.
Por conta da sua atividade como oficial e ainda estar na ativa, Mauro Cid não pode ser levado a um presídio comum. No momento, o braço direito de Bolsonaro está em um cômodo no Batalhão de Polícia do Exército, onde há uma equipe que "fica, permanentemente, responsável pela segurança do custodiado (24 horas por dia)", segundo informações da corporação.
"Sobre as características do local onde ele está, trata-se de um cômodo, com um banheiro e uma janela externa com grade, medindo 4,62 m x 4,45 m, com uma cama de solteiro, um armário, uma mesa de apoio", detalhou o Exército em nota.
A instituição ainda afirmou que Cid recebe quatro refeições ao dia (café da manhã, almoço, jantar e ceia) que são realizadas no mesmo cômodo onde ele está "recolhido".
Recentemente, foram encontradas mensagens de Whatsapp que mostram o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro pedindo ao sargento Luis Marcos dos Reis a inserção de dados fraudulentos no sistema do SUS.
Em uma das mensagens Cid diz: "Contigo aí, tá? Joga na minha conta. E vê aí em Goianésia se tem algum cara que não seja cadastrado no ConecteSUS. Vou ver depois, no Exército se tem algum enfermeiro que você que fazer para mim". A mensagem seria para pedir que o sargente arrumasse uma carteira de vacinação em 22 de novembro de 2021.
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