A tensão diplomática entre os dois países veio após a declaração do presidente Lula, no último domingo (18)
Ana Rodrigues Publicado em 21/02/2024, às 12h14
Essa escalada diplomática envolvendo Brasil e Israel pode chegar em medida drástica, com a expulsão do embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine. De acordo com fontes do Itamaraty que foram ouvidas, o Brasil não quer que a situação chegue a este ponto, mas não descarta que se torne uma possibilidade caso Israel continue a escalar contra Lula e o Brasil.
Segundo O Globo, uma ala do Planalto defende a medida e diz que a situação do embaixador no Brasil está prejudicada. Mas, ele diz que esse tipo de medida depende do escalar da crise por parte de Israel - já que o Brasil quer baixar a fervura da crise.
De acordo com o g1, neste terça-feira (20), uma fonte do Itamaraty revelou o sentimento de "emboscada" criada para o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, que sofreu reprimenda pública em hebraico, língua que ele não domina.
Já na reunião feita entre Mauro Vieira e Zonshine, não se falou sobre retratação e nem desculpas por parte do Brasil.
Em uma nota, a embaixada de Israel disse que, durante toda a reunião entre o ministro de Relações Exteriores de Israel e o embaixador Frederico Meyer havia a presença de uma intérprete para português-hebraico.
Confira a nota:
Em relação ao idioma utilizado na reunião entre o Ministro de Relações Exteriores de Israel e o Embaixador Frederico Meyer, esclarecemos que durante toda a duração da reunião houve a presença de uma intérprete para português-hebraico.
A intérprete foi a diplomata de Israel Vivian Aisen, que nasceu e cresceu no Brasil antes de se mudar para Israel e adquirir cidadania israelense".
A tensão diplomática entre os dois países veio após a declaração do presidente Lula, no último domingo (18), quando comparou ações de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus na Segunda Guerra.
E, os dias seguintes foram marcados por reações do governo israelense e culminou com a reprimenda a Meyer e com Lula se tornando uma "persona non grata" em solo israelense.
Após a escalada da tensão e reprimenda pública, o governo brasileiro ordenou a volta de Meyer de Tel Aviv para o Brasil. Chamar um embaixador de volta, como fez o Brasil, é uma medida considerada dura nas relações internacionais. Sinaliza que o país quer ouvir esclarecimentos de seu diplomata a respeito de uma atitude considerada hostil, efetuada pela outra nação.
Ainda segundo a fonte do Itamaraty, Lula não estava pensando em chamar o embaixador ao Brasil, mas a decisão ocorreu após Israel "subir o tom". Caso não escale, por parte de Israel e a situação se acalme aqui no país, Meyer pode voltar a ocupar o cargo em Tel Aviv.
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