O vídeo do caso veio à tona na última terça-feira (17)
Thais Bueno Publicado em 20/01/2023, às 15h31
Na última terça-feira (17), um vídeo de uma mulher negra sendo brutalmente agredida por dois policiais de Ohio, nos Estados Unidos, veio à tona nas redes sociais. Um testemunha filmou o momento em que ambos partem para cima e começam a bater na moça.
Os agentes estão sendo investigados pela ação. De acordo com relatos, tudo começou por conta de uma entrega errada que foi realizada pelo McDonald's.
A vítima foi identificada como Latinka Hancock. Um de seus representantes, Ryan Julison disse, em comunicado escrito ao veículo The Daily Beast, que o incidente aconteceu depois que sua cliente recebeu um pedido incorreto do McDonald’s.
Segundo o profissional, Latinka teria tentado corrigir o problema com os próprios funcionários do restaurante, que não aceitaram muito bem a situação e acabaram acionando a polícia.
"Quando Hancock estava saindo do restaurante, os policiais de Butler Township a confrontaram e, durante o incidente, ela levou vários socos na cabeça, levando-a ao hospital, onde foi diagnosticada com um ferimento na cabeça", concluiu o profissional em nota.
Na filmagem, é possível ver dois policiais na frente de sua viatura em um estacionamento quando, então, se movimentam para conter a mulher. No começo do vídeo, que não tem som, Hancock fala com os agentes, mas ao mesmo tempo tenta afastá-los.
Ambos tiveram suas identidades reveladas: o que aparenta estar apontando uma arma de choque para Latinka em sua mão direita é Tim Zellers. O outro profissional - identificado como sargento Todd Stanley - segura o braço e ombro da mulher.
Ambos foram identificados pelo chefe de polícia de Butler Township, John Porter. Em certo momento do vídeo, a vítimaparece acenar com as mãos e Stanley dá vários socos no rosto dela, até que ela cai no capô do carro de polícia.
Veja:
Na última quarta-feira (18), Porter afirmou, em coletiva de imprensa, que Stanley foi colocado em licença administrativa remunerada enquanto a polícia realiza investigações sobre o caso. Ele afirma que o setor recebeu muitos e-mails e mensagens de ódio por conta da ação, mas revelou que "alguns dos dias de folga [de Stanley]" fazem parte da licença.
"A investigação administrativa incluirá entrevistas e depoimentos de todas as testemunhas possíveis, além de quaisquer outros policiais envolvidos. Se a conduta imprópria for encontrada como resultado da investigação, as conclusões vão abranger uma recomendação para ação disciplinar", confirmou.
Segundo informações do canal local WHIO-TV, Latinka Hancock foi acusada de não se identificar e de resistir à prisão. Michael Wright, advogado da vítima, disse que o incidente foi "um dia incrivelmente triste quando a vida [da minha cliente] foi revirada por causa de um pedaço de queijo".
"O McDonald’s deveria ter vergonha de recorrer a chamar a polícia por causa de um desentendimento por causa de um pedido que eles erraram. Se eles não conseguem gerenciar o atendimento básico ao cliente e agora optam por potencialmente colocar a vida de uma pessoa em risco por causa de um Big Mac, não parece mais seguro para os negros irem comer no McDonald’s", disparou.
"O sargento Stanley merece ser demitido e acusado de agressão com sua ultrajante reação exagerada. A maneira como ele lidou com a Sra. Hancock foi desprezível. Ele não foi humano com ela. Dar um soco no rosto dela é absolutamente ridículo. Esses oficiais, e especialmente Stanley, não pertencem à polícia. Ele pertence atrás das grades", concluiu.
Latinka Hancock também se pronunciou sobre o caso e deu a sua versão. Em coletiva de imprensa, ela disse que pediu o Big Mac com queijo extra no drive-thru. No entanto, percebeu que o queijo não havia sido colocado, embora tivesse pago os 30 centavos extras.
Nesse momento, ela foi até a loja e o gerente concordou em consertar o erro. Tudo estava tranquilo até o momento em que a cozinheira disse que ela precisaria pagar os 30 centavos novamente. Por conta disso, começou a discutir com a funcionária e teria, inclusive, mostrado o recibo com o valor já pago.
A cozinheira se zangou e pediu para que a cliente se retirasse do local. A mulher foi para o estacionamento e, então, a polícia a confrontou. "Eu sabia que ia ser atacada? Não. Quase perdi minha vida com isso".
Em relatório feito sobre o caso, o policial Todd Stanley declarou que Latinka estava saindo de sua vaga de estacionamento no McDonald’s quando eles chegaram e disse que sentiu cheiro de álcool no hálito da mulher.
De acordo com informações do Dayton Daily News, o agente revelou que Hancock disse que não tinha carteira de motorista quando foi questionada sobre o assunto e se recusou a fornecer sua identificação.
"Tentei explicar que meu desejo era dar a ela o aviso de invasão e que ela fosse embora. Ela ainda recusou", escreveu Stanley. "Você vai tornar isso mais difícil do que deveria ser", seguiu.
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