Sucesso dos quitutes de Beatriz Alves após comentário de Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente, levaram cozinheira a montar seu primeiro restaurante na Vila Madalena, na Zona Oeste de SP; ele será inaugurado em agosto
G1 Publicado em 15/07/2022, às 07h47
Em novembro de 2021, a cozinheira Beatriz de Souza Alves se viu no centro de uma polêmica que tomou as redes sociais após uma postagem do deputado Eduardo Bolsonaro (PL), filho do presidente da República.
Ela havia doado cerca de 150 kits de acarajés da sua pequena empresa familiar para uma ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e um visitante ilustre, o ator e diretor Wagner Moura, foi fotografado comendo um de seus pratos, na noite em que era exibido o filme “Marighella” no acampamento.
A cena despertou fúria entre os apoiadores da família Bolsonaro depois que uma postagem do deputado acusou Moura de pertencer a um “MTST Nutella” comendo camarão, enquanto o restante do movimento “se vira e passa fome igual à exemplar Venezuela”.
Inesperadamente, a cozinheira foi arrastada para o centro de uma disputa política que acabou dando visibilidade ao trabalho familiar dela na venda dos quitutes nordestinos na Zona Sul de São Paulo.
Em entrevista ao g1 naquela época, ela havia dito que os membros da família Bolsonaro "deveriam se preocupar com quem passa fome no Brasil, não com trabalhadores que comem bem”.
Após o episódio, os pedidos do “Acarajazz”, a microempresa de Beatriz, triplicaram, e os quitutes provados por Wagner Moura e pelos trabalhadores do MTST caíram no gosto da clientela da Zona Sul e de várias partes da cidade de São Paulo.
O negócio funcionava na garagem da casa dela, e, cerca de oito meses depois do episódio, Beatriz Alves está dando um novo e ousado passo na vida de qualquer “nanoempreendedor” – como ela se define. No início de agosto, ela vai abrir um restaurante na Vila Madalena, Zona Oeste da capital paulista.
“Depois do episódio do MTST, os nossos pedidos triplicaram. Mas a gente não conseguia fazer muitas entregas porque o raio de atuação dos aplicativos era de apenas 7 km e gente da cidade toda, e até de outros países, nos procuraram para fazer pedidos. Ter um espaço fixo e acessível pode ser o empurrão que a gente precisa para finalmente transformar um projeto familiar em empresa, para nos dar uma vida diferente”, contou a cozinheira.
Filha de baianos, Beatriz e o marido passaram muitos apertos em São Paulo, onde ela foi criada. Chegaram a morar em uma garagem na periferia da Zona Sul no início do namoro, em 2010.
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