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Crime

Ex-alunos dão depoimentos arrasadores sobre professora assassinada em escola de SP

A docente foi morta na última segunda-feira (27)

Nesta terça-feira (28), o corpo da docente foi velado e sepultado no Cemitério do Araçá, também na região Oeste da capital paulista - Imagem: reprodução/Metrópoles
Nesta terça-feira (28), o corpo da docente foi velado e sepultado no Cemitério do Araçá, também na região Oeste da capital paulista - Imagem: reprodução/Metrópoles

Thais Bueno Publicado em 28/03/2023, às 15h15


Na manhã da última segunda-feira (27), três professoras e um aluno foram esfaqueados após um ataque dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona Oeste de São Paulo.

A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos de idade, não resistiu aos ferimentos e, infelizmente, faleceu.

Nesta terça-feira (28), o corpo da docente foi velado e sepultado no Cemitério do Araçá, também na região Oeste da capital paulista. Os sentimentos sobre o assassinato da professora são mistos: enquanto alguns lamentam, outros ficam revoltados. 

Durante o velório, que foi restrito aos amigos e familiares, alunos fizeram uma oração e muitos aplaudiram a profissional que dedicava a vida a ensinar. Eles seguravam rosas brancas nas mãos. Assista ao momento emocionante aqui.

No entanto, alguns ex-alunos decidiram honrar a memória da professora e lembrar de momentos bons que tiveram com ela. Segundo o relato deles, publicados pelo Metrópoles, a educadora estava sempre feliz enquanto estava em sala de aula.

Pedro Dufray, de 16 anos, foi aluno de Elisabeth por dois anos no colégio Emiliano Augusto Cavalcanti. "Ela sempre exalava alegria na sala, brincando. Dançava com a gente. Nunca vi ela com cara fechada, sempre feliz. Tenho certeza que os ensinamentos dela vão ficar. Agora, que a justiça seja feita".

"Eu entrava na sala e já gritava o nome dela, fazia coração. Ela respondia mandando beijo. Ela conversava com minha mãe, meu irmão. Sempre estava presente", declarou Riquelme Nogueira, também com 16 e estudante da mesma escola mencionada no parágrafo acima.

Bete, como era apelidade carinhosamente pelos estudantes, era muito querida por eles. Davi Noronha, 16, por exemplo, também pede que a justiça seja feita. "Agora, nos resta prestar respeito aos familiares. A gente só quer justiça e mais segurança nas escolas".

Detalhes do caso

Quem cometeu o crime foi um adolescente, de 13, que, de acordo com informações da Polícia Civil de SP, já vinha anunciando o crime nas redes sociais desde o último domingo (26). Após periciar o celular do garoto, os agentes encontraram ao menos duas publicações feitas em seu perfil pessoal do Twitter, que é fechado, que faziam menção ao ataque.

O ataque ocorreu por volta das 7h30, quando as aulas já tinham começado. Durante seu depoimento à polícia, segundo o Metrópoles, o estudante alegou que há dois anos estava pensando em como podia se vingar dos conhecidos na unidade escolar, dando a entender que sofria bullying.

Segundo o que ele descreveu, apelidos como ''rato de esgoto'' eram frequentes, assim como brigas na sala de aula. A professora que ele assassinou, inclusive, separou uma discussão entre ele e um colega de sala na semana anterior ao crime.

Tomado por uma tristeza ''há muito anos'', ele pensou no ataque com o intuito de ''acabar com toda a angústia que sentia''. Questionado sobre como aconteceria, ele respondeu que queria ''matar algumas pessoas, aproximadamente duas, e depois se matar''. 

O aluno acrescentou que se inspirou em outros ataques em escolas, principalmente no massacre de Suzano, em 2019, em que dois estudantes mataram sete pessoas e cometeram suicídio. Inclusive, pela manhã, ele utilizava uma máscara de caveira, parecida com a dos alunos da inspiração. 

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