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Polêmica!

Especialista explica por que base da Virgínia não pode ser classificada como 'dermomake'

A dermatologista, Juliana Palo, analisou a composição do produto e explicou tudo

A dermatologista, Juliana Palo, analisou a composição do produto e explicou tudo - Imagem: reprodução redes sociais
A dermatologista, Juliana Palo, analisou a composição do produto e explicou tudo - Imagem: reprodução redes sociais

Vitória Tedeschi Publicado em 27/03/2023, às 18h08


A influenciadora Virgínia Fonseca lançou recentemente a sua famosa base que deu o que falar na web. Além do alto custo do produto, vendido a R$ 200 pela marca da famosa, a "WePink", cujo faturamento milionário impressiona, muitos blogueiros afirmam que a 'dermomake' não cumpre o que promete.

Preocupadas com o que poderia causar na pele das pessoas, o produto também chegou a ser analisado por profissionais de saúde, como a Dra. Juliana Palo, que é dermatologista. Com alguns ingredientes básicos, como o ácido hialurônico, a niacinamida e o esqualano, a especialista opinou sobre a composição da polêmica base.

"Os ativos descritos no cosmético, como o ácido hialurônico, niacinamida e esqualano são conhecidos e consagrados na dermatologia, com propriedades anti-inflamatórias e rejuvenescedoras quando em concentrações adequadas. O grande problema é que o cosmético não discrimina a concentração de seus componentes, tornando impossível falar sobre eficácia. O valor do produto também é questionável, e não poderia ser justificado pela fórmula, já que os componentes são considerados commodities [produtos que funcionam como matéria-prima], sendo incompatível com o valor praticado", afirma Juliana.

Além das críticas que ficaram famosas com o vídeo da também influenciadora Karen Bachini, uma das primeiras a opinar sobre a performance do produto (assista abaixo), a base também foi alvo de críticas sobre a sua funcionalidade em peles negras.

O produto é considerado cosmético grau 1, o que significa que passou apenas por testes iniciais de estabilidade, não podendo ser considerado dermocosmético segundo o registro da Anvisa", ressalta Juliana Palo.

Por fim, com as ressalvas feitas, a dermatologista destaca que é importante lembrar que o produto não substitui o cuidado individualizado de um médico especialista, mesmo com ativos que estimulam o cuidado com a pele.

Além disso, ela também frisa que algumas pessoas podem ser alérgicas aos componentes e, dessa forma, é necessário um cuidado inicial na aplicação.

Equipe de Virgínia confessou exagero no uso do termo 'dermomake':

A empresa de cosméticos da Virginia Fonseca, WePink, reconheceu que fez um mau uso da palavra dermomake para se referir à base recém-lançada. 

Através de uma nota enviada ao R7, a empresa admitiu que o termo não é uma classificação regulatória da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Como o termo dermomake não é uma classificação regulatória da Anvisa, e sim um apelo comercial utilizado pelo mercado, o utilizamos na campanha como estratégia comercial da marca. Estratégia essa que já é utilizada em todo o mercado brasileiro para informar quando os produtos contêm na sua formulação ativos utilizados para cuidados da pele, ou seja, que ajudam na parte estética e auxiliam nos cuidados de skincare", explicou.

Além disso, a empresa reforçou que o produto de R$ 200 possui ativos dermatológico benéficos para a pele.

"Lançamos nossa base WePink com características incríveis, como alta cobertura, matte, com efeito confortável, resistente à água, textura aveludada e com excelente fixação. Além de todos esses benefícios, a formulação das bases contém ativos dermatológicos muito conhecidos por auxiliar a pele de quem os usa, fizemos todos os testes competentes para a classificação da Anvisa", completa.

Confira a nota enviada abaixo:

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O anúncio foi divulgado nas redes sociais da marca em meio a todas as polêmicas / Imagem: Acervo R7.
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