A troca de mensagens foi encontrada no celular de Mauro Cid
Nathalia Jesus Publicado em 24/05/2023, às 14h58
Diálogos encontrados no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mostram como eram feitos os pedidos de dinheiro vivo para atender às demandas da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
As mensagens, obtidas pelo UOL, eram enviadas a Mauro Cid por duas assessoras da ex-primeira-dama, Cintia Nogueira e Giselle Carneiro, que costumavam se referir a Michelle como "dama" ou utilizando a sigla "PD".
A defesa do ex-presidente e da ex-primeira-dama afirma que as despesas de Michelle Bolsonaro eram custeadas com recursos da conta pessoal de Bolsonaro e nega categoricamente a existência de desvio de recursos públicos — um dos focos da investigação da PF.
A investigação teve acesso às mensagens de Cid após autorização de quebra de sigilo do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após constatar a suspeita de desvio de recursos públicos, o ministro também autorizou a quebra do sigilo bancário de Cid e outros funcionário do Planalto.
Logo nos primeiros diálogos analisados, a PF encontrou um conjunto de 13 comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Mauro Cid na conta de Michelle Bolsonaro entre março e agosto de 2021, que totalizaram R$ 21.500. A investigação agora analisa as quebras de sigilo bancário para identificar as transações entre 2019 e 2022, durante toda a gestão Bolsonaro.
Na análise inicial, a PF identificou dez solicitações de saques em dinheiro vivo feitas pelas assessoras de Michelle a Mauro Cid entre março e outubro de 2021, totalizando cerca de R$ 5.600.
Nas mensagens, as assessoras da então primeira-dama ordenam pagamentos para serviços prestados a ela, como costureira, podóloga e até um veterinário. Também pedem depósitos mensais a Rosimary Carneiro, que era titular do cartão de crédito utilizado por Michelle, e para seus familiares.
A análise do material obtido no telefone celular de Mauro Cid ainda está em andamento. Como o aparelho dele foi apreendido no momento de sua prisão no último dia 3 de maio, a PF vai buscar novas provas para aprofundar a investigação sobre a suspeita de rachadinha no Palácio do Planalto.
O uso de pagamentos em dinheiro vivo, na avaliação da PF, tinha o objetivo de dificultar o rastreamento de onde saiu o dinheiro. Em um conjunto de 85 comprovantes de depósitos e de pagamentos encontrados no celular de Mauro Cid, apenas cinco desses documentos identificavam a conta de Jair Bolsonaro como a origem dos recursos, o restante envolvia transações em dinheiro vivo.
Procurado, o advogado Fábio Wajngarten, responsável pela defesa de Bolsonaro e Michelle, afirmou que as despesas da então primeira-dama eram custeadas com recursos da conta pessoal de Bolsonaro e que não houve desvio de recursos públicos.
"A defesa do (ex)-presidente Jair Bolsonaro reitera que todos os pagamentos e custos de sua família de pequenos gastos/fornecedores informais tinham como origem recursos próprios", afirmou a defesa em nota.
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