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Povos originários

Mortes de crianças ianomâmis por desnutrição chocam o país; Sonia Guajajara diz que podem passar de 570

A ministra dos Povos Originários visitou a aldeia em Roraima no último sábado (21), ao lado do presidente Lula

A ministra dos povos originários visitou a aldeia no último sábado ao lado do presidente Lula - Imagem: reprodução Instagram
A ministra dos povos originários visitou a aldeia no último sábado ao lado do presidente Lula - Imagem: reprodução Instagram

Jessica Anjos Publicado em 22/01/2023, às 11h15


Os indígenas ianomâmis estão em situação precária em Roraima, Boa Vista, no norte do Brasil. Porém, o problema pode ser ainda pior do que o divulgado.

A ministra dos Povos Originários, Sonia Guajajara (PSOL), esteve no último sábado (21) visitando a tribo ao lado do presidente Lula (PT) e outros ministros. Ela afirma que o número de crianças que faleceram no local por desnutrição pode ultrapassar 570.

De acordo com Chico Alves, colunista do UOL, Sonia afirmou que os números podem estar subnotificado, ou seja, não descrito como deveria "porque não se tem uma precisão de quantas pessoas realmente morreram". "A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) acabava não fazendo esse mapeamento por falta de interesse, por falta de compromisso", acusou. 

A ministra criticou a gestão anterior do ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que o avanço da mineração ilegal juntamente com o abandono das equipes médicas na região, permitidas pelo ex governo, causaram esta situação. 

"Como eles (integrantes do governo Bolsonaro) não identificaram isso? Como eles não pensaram em um plano de atendimento?", perguntou.

Para Sonia, a principal causa do trágico quadro de saúde dos ianomâmis é uma consequência da presença dos garimpeiros no território deles. "Há em média trinta mil ianomâmis e agora temos cerca de vinte mil garimpeiros nesse território. Pode ser até mais, esse número está defasado. Esses garimpeiros levam insegurança, que não conseguem plantar, que não conseguem cirucular para procurar alimento e ficam tomando água contaminada por mercúrio", denunciou a ministra.

De acordo com a ministra, há um dado público do Ministério da Saúde que 570 crianças morreram por malária, desnutrição ou contaminação de mercúrio nos últimos quatro anos. "E ainda temos indicações de que está subnotificado [...] Agora, vai se começar uma outra etapa de mapeamento com a equipe da Força Nacional que vai estar lá e as Forças Armadas". 

Assista a um trecho do discurso da ministra durante visita ao povo Ianomâmi no último sábado:

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