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Mistério!

Moraes ‘pede’ a própria prisão em mandado falso e CNJ levanta suspeita

O documento foi inserido nos registros de mandados de prisão na quarta-feira (4)

Ministro do STF, Alexandre de Moraes durante audiência do judiciário - Imagem: divulgação/STF
Ministro do STF, Alexandre de Moraes durante audiência do judiciário - Imagem: divulgação/STF

Mateus Omena Publicado em 05/01/2023, às 11h37


O sistema oficial do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apresentou em seus registros que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu a sua própria prisão.

O documento foi inserido nos registros de mandados de prisão, na noite desta quarta-feira (4)

De acordo com o jornal O Globo, o CNJ abriu uma investigação para apurar se houve um ataque hacker ao seu sistema, tendo como alvo Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Um usuário cadastrado expediu um "mandado de prisão" contra Moraes, fazendo também com que o pedido de prisão tivesse uma assinatura do próprio ministro, segundo as informações apresentadas no sistema do CNJ

O Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) recebeu o documento fraudulento que, supostamente, teria sido expedido pelo ministro.

O texto da falsa decisão sobre a prisão do magistrado é repleto de ironias em relação à maneira como o STF age. Além de constar a frase “Faz o L”, que é utilizada por bolsonaristas para criticar as ações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do seu novo governo.

“DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L.”, diz trecho do documento.

A suspeita é que o documento seja fruto de ataque hacker ou, então, algum funcionário com acesso ao sistema de registro de mandados de prisão.

Diante da situação, o CNJ solicitou à Polícia Federal (PF) que investigasse o caso. O pedido foi atendido e o suposto pedido de prisão contra Moraes já foi retirado do BNMP.

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