As peças avaliadas em R$ 500 mil foram levadas por Bolsonaro para os EUA
Nathalia Jesus Publicado em 28/03/2023, às 08h48
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu um terceiro pacote das joias enviadas pelo regime da Arábia Saudita, avaliados em R$ 500 mil. Entre as peças do conjunto estão um relógio da marca de luxo Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes.
Ao final do mandato, Bolsonaro levou consigo a caixa com itens de luxo, alegando que se tratavam de acervo pessoal, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
No conjunto também contém uma caneta prateada da Chopard, com pedras cravejadas; um par de abotoaduras em ouro branco ornada com um brilhante no centro e rodeado por diamantes; um anel em ouro branco com diamantes com corte longo e retangular, chamado no exterior "baguette", uma "masbaha" (espécie de terço muçulmano) de ouro branco com pingentes cravejados em brilhantes.
O Rolex é vendido em sites por preços a partir de R$ 364 mil. Algumas peças similares as que compõe o conjunto são avaliadas em, no mínimo, R$ 200 mil.
O conjunto teria sido entregue em mãos para Bolsonaro. O ex-presidente foi presenteado pelo regime saudita durante uma viagem oficial a Riade, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.
O ex-mandtário teria voltado com a caixa para o Brasil. No dia 8 de novembro de 2019, o Gabinete Ajunto de Documentação Histórica da Presidência incorporou os itens a seu acervo privado, por ordem do ex-presidente.
Os itens presentes na caixa foram documentados, um a um, no formulário de encaminhamento de presentes para presidentes. Neste documento, existe um campo para informar se houve algum intermediário no trâmite. A resposta que consta no formulário é "não".
No dia 6 de junho do ano passado, Bolsonaro solicitou o conjunto de joias para ficar com ele. Dois dias depois os itens foram encaminhados ao seu gabinete. Nesta data os registros oficiais informam que as peças de luxo estavam "sob a guarda do Presidente da República".
Na última sexta-feira (24), os advogados de Bolsonaro devolveram na Polícia Federal um outro conjunto de joias e armas que ele havia recebido do governo da Arábia Saudita. A devolução aconteceu após uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).
O estojo devolvido foi oferecido ao ex-presidente em 2021. O pacote entrou no Brasil na mala de representantes da comitiva de Bolsonaro que retornavam de um encontro oficial no país do Oriente Médio.
Em 2019, o Exército emitiu a guia de tráfego que autoriza o transporte das armas, um fuzil e uma pistola. O armamento foi entregue pessoalmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro pelos Emirados Árabes.
A determinação do TCU também incluiu um outro pacote destinado à Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama. As peças eram avaliadas em R$ 16, 5 milhões e ficaram retidas na Receita Federal assim que chegaram no Brasil, pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 2021.
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