O acordo previa exportação de produtos e tecnologias para a Arábia Saudita
Mateus Omena Publicado em 18/06/2023, às 15h54
Jair Bolsonaro, enquanto estava na presidência da República, fechou um acordo sigiloso para que a ditadura da Arábia Saudita construísse sua primeira fábrica própria de explosivos militares.
A informação da parceria do governo brasileiro com o país árabe foi divulgada no último sábado (17) pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo a reportagem, o acordo previa exportação de produtos e tecnologias para a Arábia Saudita. As plantas da fábrica foram criadas por uma empresa brasileira, a Mac Jee. O propósito dos sauditas era, até 2030, "suprir toda a demanda militar" do país por explosivos e espoletas de detonação de bombas.
A fábrica é projetada com cerca de 500 mil m², o equivalente a 70 campos de futebol. Por lá, são produzidos TNT e RDX, usados em determinados tipos de bomba. A estrutura fica dentro da SCCL (Saudi Chemical Company Limited), a maior companhia de produção de energia civil e militar do país.
A autorização e contratação são informações sigilosas, incluindo o valor. Os três ministérios ligados ao assunto -- Defesa, Ciência e Itamaraty -- informaram que não poderiam comentar sobre as motivações ou condições do acordo da Mac Jee, que também não quis dar entrevista.
Inicialmente, a autorização foi concedida no governo Temer, e construção avançou bastante sob agestão de Bolsonaro. A venda de equipamentos e serviços à ditadura saudita foi liberada no segundo semestre de 2018, no final do governo de Michel Temer (MDB). No entanto, as principais etapas da construção se desenvolveram entre 2019 e 2022, com Jair Bolsonaro (PL).
O político expandiu autorizações para venda de tecnologia militar aos sauditas. Um levantamento feito pelo Estadão mostra que o interesse de empresas brasileiras pela Arábia Saudita cresceu com Bolsonaro: entre 2017 e 2018, foram dez pedidos para venda de armas, bombas e serviços, sendo oito autorizados. Entre 2019 e 2021, foram 21 pedidos, com 17 liberações. Não houve solicitações em 2015 e 2016.
Em 2019, a família Bolsonaro passou a demonstrar uma forte aproximação com os sauditas. Em junho daquele ano, o primeiro do governo do pai, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) esteve com Mohammed bin Salman, ditador da Arábia Saudita. Em outubro, foi a vez do próprio Bolsonaro se encontrar com o príncipe, informou o portal UOL.
Jair Bolsonaro declarou que se sentia "quase irmão" de Mohammed bin Salman. Naquela época, o príncipe saudita já era acusado de ordenar a morte do jornalista Jamal Khashoggi, do Washington Post, no consulado saudita em Istambul, na Turquia. O crime aconteceu em 2018.
O político brasileiro e sua equipe fizeram 150 viagens à Arábia Saudita, segundo levantamento. Os dados foram obtidos por adversários de Bolsonaro junto ao Portal da Transparência do governo federal.
Entre as viagens, está a da comitiva que retornou ao Brasil com joias entregues pelos sauditas, em 2021. A equipe era comandada pelo então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Os presentes ficaram com Bolsonaro mesmo depois do término de seu mandato. O caso está sendo investigado.
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