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Na berlinda

Bolsonaro se recusa a prestar depoimento à PF: "Direito de ficar calado"

O ex-presidente foi instruído pelo advogado a não falar em seu depoimento

Bolsonaro se recusa a prestar depoimento à PF: "Direito de ficar calado" - Imagem: Agência Brasil
Bolsonaro se recusa a prestar depoimento à PF: "Direito de ficar calado" - Imagem: Agência Brasil

Nathalia Jesus Publicado em 03/05/2023, às 12h25


Paulo Cunha Bueno, advogado responsável pela defesa de Jair Bolsonaro, afirmou que o ex-presidente ficará em silêncio durante o depoimento ao qual foi convocado pela Polícia Federal em Brasília nesta quarta-feira (03).

"Bolsonaro vai exercer o direito de ficar calado", disse o advogado.

De acordo com o defensor, Bolsonaro estaria sendo "coagido a ficar quieto" pelo forma como a Polícia Federal conduziu um mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente às 7h, e marcar um depoimento somente para três horas depois, sem que os advogados pudessem ter acesso aos autos.

"Eu sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio", afirma ele. "Mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes de a pessoa depor, não nos deixa outra opção", disse Cunha Bueno.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, o advogado teria questionado a credibilidade da própria operação, já que os fatos investigados não são contemporâneos, como exige a lei para que um mandado de busca seja executado.

A casa em que Bolsonaro vive com a família em Brasília foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Auxiliares dele, como o ex-ajudantes de ordens, Mauro Cid, foram presos.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes dentro do inquérito das "milícias digitais" que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

 A Poícia Federal investiga uma possível fraude nos certificados de vacinação de Jair Bolsonaro; Laura Bolsonaro, filha de 12 anos do agora ex-presidente; Mauro Cid Barbosa; mulher e filha do ex-ajudante de ordens.

A susposta falsificação dos documentos teria sido realizada para garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e equipe nos Estados Unidos, que tem como regra a vacinação obrigatória para a entrada no país. A adulteração do documento de vacinação é considerada crime no país norte-americano.

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