Diário de São Paulo
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Grupo que invadia condomínios de luxo em vários estados

Polícia chegou ao grupo após prisão de paraguaia em Vitória

Imagem: Divulgação
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G1 Publicado em 25/07/2022, às 08h57


A Polícia Civildo Espírito Santo identificou integrantes de uma quadrilha especializada em invadir apartamentos de luxo em vários estados do país. Os suspeitos têm de 18 a 41 anos.

Saiba como agia quadrilha que invadia condomínios de luxo
Vídeos de momentos em que integrantes do grupo entraram em condomínios e saíram com objetos furtados e roubados de imóveis na Grande Vitória foram divulgados na última semana pela polícia.

1. Como a polícia chegou ao grupo?
Uma jovem que, segundo a polícia, fazia parte do grupo, foi presa no dia 16. Um vídeo mostra o momento que a paraguaia Tamara Romina Ramos Dimas, de 18 anos, e um comparsa, invadiram um apartamento no bairro Mata da Praia, em Vitória, depois que ela entrou ao se passar por moradora.
Eles arrombaram a porta de um apartamento e torturam uma mulher de 59 anos e a mãe dela, de 97.
Para acessar os condomínios, os criminosos costumam se aproveitar de erros da portaria, segundo o delegado.

"Sempre eles agem em três indivíduos, um se apresenta à portaria, o outro tenta entrar, após o primeiro entrar e o terceiro fica do lado de fora. Simplesmente se apresentando como morador. Percebemos no caso da prisão da menina no sábado que foi dessa forma. Não houve questionamento sobre quem seria essa menina, ela simplesmente entrou", disse.
Outra forma de entrar no condomínio encontrada pelos criminososé ligar para a portaria se passando pelo dono do imóvel.

"A pessoa se apresenta, o comparsa liga já se passando por um morador que realmente mora naquele edifício permitindo a entrada daquele que seria seu parente", informou o delegado.
Para ter certeza que não tem ninguém em casa, um dos integrantes fica perto da porta do apartamento enquanto o que está do lado de fora do condomínio faz uma ligação. O criminoso fica ouvindo a porta para ver se o morador vai atender.
"Se atender, eles desistem, porque querem ficar na seara do furto. Quando não atendem, eles acreditam estar vazio e arrombam com uma chave de fenda de 25 centímetros e permanecem por cerca 20 minutos levando altos valores dos moradores que eles previamente já tinham escolhido. A predileção é por árabes, orientais, portugueses e judeus por historicamente guardarem altas quantias em suas residências", contou.

2. Como a quadrilha conseguia dados das vítimas?
Segundo o delegado Gianno Trindade, as investigações apontaram que desde 2020 a quadrilhavem agindo e que cada membro tem funções pré-estabelecidas de forma hierárquica.

"Eles selecionam as vítimas por meio de dados que hoje podem ser acessados pela internet por meio de sites específicos e bancos de dados adquiridos na dark web, furto de hackeamento. Alguns contém nossa foto e assinatura, onde você mora, qual carro e empresa você tem. Infelizmente esses dados podem ser consultados pela internet. Estamos falando de uma nova forma de agir, que não seria aquela forma da "fita dada", informação que partiu de uma empregada, um funcionário ou algum prestador de serviço. Eles já fazem essa pesquisa antes dos crimes, já chegam ao condomínio com três, cinco alvos", disse o delegado.

3. Quais são as orientações da polícia?
O delegado Gianno Trindade falou sobre a importância do reforço na segurançae também de seguir as regras dos condomínios.

"O morador nunca deve violar o regimento interno do seu edifício. Alguns impedem que o morador libere o acesso pelo telefone. Importante ressaltar que o porteiro ou o funcionário sempre confirme com o morador se aquela pessoa realmente está autorizada a entrar em sua residência", orientou.
Outras ferramentas que, segundo o delegado, podem impedir a entrada de criminosos são a biometria, o reconhecimento facial e câmerascom sensor de movimento.

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